Encerrou na manhã de ontem (09) o evento “Eu vou Berimbau Me Chamou”, na sede da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Piauí (ADUFPI), em Teresina. A ideia foi pensada para comemorar os 20 anos de aulas de capoeira da associação e os 40 anos de vida do Mestre Corujão. O evento contou com uma programação diversificada e participações de grandes nomes da capoeira nacional e internacional. O encontro mostrou aos participantes que a capoeira é um esporte que trabalha de forma livre, sem cortes ou estigmas.
De acordo com o mestre Corujão, a interação física e intelectual entre os capoeiristas é de suma importância para o desenvolvimento deles. “É essencial para o capoeirista, que haja um diálogo não só físico entre os participantes, mas também diálogos e intervenções verbais e intelectuais. O respeito existe, porém a hierarquia convive muito bem com o aprendizado mútuo. A importância maior do evento é o seu formato. Que é tornar a capoeira cada vez mais interativa com uma leitura mais abrangente, porque as pessoas pensam que o esporte é difícil de ser praticado e aqui vamos desmitificar todas essas questões”, explica o mestre.
Ele acrescentou que, quando começou, a dificuldade era muito maior, mas ao longo dos anos vem tendo uma visibilidade muito maior. A Roda de Despedida marcou o fim do evento com a participação de grandes mestres, como o Brucutu, que veio de Brasília para trocar experiências e prestigiar o mestre Corujão. “Além de valorizar a cultura local e o mestre Corujão, que tem uma técnica elogiada no Brasil todo, esse tipo de evento também promove o intercâmbio entre nós capoeiristas, nos permite deixar um pouco nosso conhecimento. A história da nova capoeira, desde a década de 80, tem Teresina como um grande referencial e isso é preciso ser valorizado”, declarou.
O mestre Pernalonga saiu de São Bernardo do Campo, em São Paulo, para apresentar o estilo capoeira de Angola, que é mais primitiva, filosófica, mais dançada e cantada, mas que ainda não é tão disseminada no Piauí e por isso ressaltou que é importante a realização de eventos que apresentam diversas técnicas da arte. “Essa é a terceira vez que venho e para mim é sempre um prazer poder contribuir com as pessoas daqui e poder ver os praticantes de muito tempo interagindo com os iniciantes e poder trocar informações é muito importante”, avaliou.
O professor Aaron Hughes é natural da Inglaterra e participou do evento e disse que apesar de outros esportes como o futebol brasileiro terem maior divulgação em outros países, existe também um interesse muito grande pela capoeira. “Esse evento é uma oportunidade para nós que temos outra cultura, conhecer as raízes do Brasil.