A missão deste domingo foi cumprida. Robson Conceição queria presentear a si mesmo pelo Dia dos Pais "mudando a cor da medalha", como ele mesmo disse após garantir o bronze com a vitória nas quartas de final. Pai de Sophia, que completa dois anos no dia 19, ele também prometeu a medalha de ouro para ela. Desta vez, na semifinal, teve seu grande rival, Lazaro Alvarez, de Cuba, no caminho. Fácil, é claro, não seria, afinal, o adversário era um tricampeão mundial, medalhista de bronze em Londres 2012 e primeiro colocado no ranking da AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador). Entretanto, o baiano, vice-líder da categoria peso-leve (até 60kg) conseguiu o triunfo por decisão unânime, com 3 a 0 (29-28, 29-28 e 30-27) e está na grande decisão do ouro, que será disputada na próxima terça-feira, às 19h15.
Na zona mista minutos depois do triunfo, Robson comentou a respeito do fim de luta emocionante, quando ele foi para a trocação franca com o adversário e minimizou o corte sofrido no supercílio. Ele garante que isso não será problema para a final e promete foco nos próximos dias para poder subir ao topo do pódio.
- Os meus técnicos falaram para que eu não entrasse na curta distância com ele, porém, senti que estava bem, no gás. Ele veio para cima, comecei a trocar também e acho que levei ligeira vantagem. Estou preparado para quem vier. Treinei bastante, esse corte não vai fazer diferença. É botar gelo e ver se posso tomar alguma medicação. Vou me concentrar, manter os pés no chão e ficar pronto para buscar a medalha de ouro - disse.
Na final, Robson pega o vencedor de Otgondalai Dorjnyambuu (Mongólia) x Sofiane Oumiha (França) - embate que acontece neste domingo, 18h30. A torcida brasileira pode ficar otimista, ao menos no que depender de Robson, pois antes do duelo contra Alvarez, ele acreditava que o confronto seria a final antecipada.
Caso vença a decisão, Robson alcançará o maior resultado da história do boxe brasileiro em Olimpíadas. O país não tem nenhuma medalha de ouro na modalidade. Nos Jogos de 2012, em Londres, Esquiva Falcão bateu na trave e ficou com a prata. Na mesma edição, a nobre arte do país faturou dois bronzes, com Adriana Araújo e Yamaguchi Falcão. A dupla se juntou a Servílio de Oliveira, o primeiro atleta canarinho a conquistar uma medalha na modalidade, em 1968, na Cidade do México.