A 7ª Vara Criminal de Brasília aceitou, nesta sexta-feira (25/7), a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e tornou réu o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por envolvimento em um esquema de manipulação de resultado. O jogador é acusado de ter forçado um cartão amarelo, em 2023, durante uma partida válida pelo Campeonato Brasileiro, para beneficiar apostadores.
Além de Bruno Henrique, o irmão dele, Wander Nunes Pinto Júnior, também virou réu no processo e responderá criminalmente pelo mesmo crime. A acusação está fundamentada no artigo 200 da Lei nº 14.597/2023, a nova Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes esportivas.
Segundo a denúncia, apresentada por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o atacante teria sido incentivado pelo irmão a cometer uma falta intencional para receber o cartão amarelo. A informação teria sido compartilhada com familiares e repassada a um grupo de apostadores. Conforme apontou a Polícia Federal, o último contato telefônico de Bruno antes da partida foi com o irmão.
Durante o jogo entre Flamengo e Santos, em 1º de novembro de 2023, o jogador cumpriu o acordo: recebeu o cartão amarelo nos minutos finais e, pouco depois, foi expulso ao xingar o árbitro. A movimentação suspeita de apostas chamou a atenção dos investigadores — mais de 95% das apostas realizadas por contas recém-criadas previam especificamente o cartão amarelo de Bruno Henrique.
Flamengo se cala, mas jogador segue em campo
O Flamengo informou que não irá se manifestar sobre o caso neste momento. Fontes próximas à diretoria afirmaram que, apesar da denúncia aceita pela Justiça, o clube não deve afastar o jogador, já que o episódio “não interfere no seu desempenho esportivo”.
Nos bastidores, a avaliação é que Bruno Henrique está tranquilo e focado, sem deixar o processo afetar seu rendimento em campo.
Próximos passos
Com a denúncia acolhida, Bruno Henrique e Wander Nunes terão de apresentar defesa prévia no processo. Em seguida, será iniciada a fase de instrução, com o depoimento de testemunhas, dos acusados e a análise das provas.
Ao fim do processo, a Justiça decidirá se os irmãos serão absolvidos ou condenados. Em caso de condenação, a pena prevista varia entre dois e seis anos de prisão, além de multa.
O juiz Fernando Brandini Barbagalo, responsável pelo caso, rejeitou a denúncia contra os demais investigados. “Presentes os requisitos legais, recebo a denúncia em relação a Bruno Henrique Pinto e Wander Nunes Pinto Júnior”, escreveu o magistrado.