Renato Gaúcho reclama de assédio da torcida

Disse ele: Não consigo respirar

Técnico e ídolo no Grêmio | Gazetta Press
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As segundas-feiras têm sido os piores dias na vida do técnico Renato Gaúcho em Porto Alegre. O primeiro dia da semana é o único em que não são transmitidos jogos pela televisão. E assistir sozinho aos jogos no quarto do hotel em que está hospedado há um mês é a única coisa que ele tem feito enquanto não está treinando o time do Grêmio. A explicação? O assédio ao sair na rua é muito maior do que ele imaginava.

Desde que chegou à capital gaúcha, Renato pisou pouco na rua. As primeiras tentativas de alugar um apartamento não deram certo.

"Eu subo para ver o apartamento com o cara da imobiliária, e quando eu desço já tem um monte de gente me esperando na saída, não sei como", disse o treinador. "Esses dias recebi um presente que teria que buscar em um shopping. Disse para o cara: "como é que eu vou, você tá brincando comigo!".

Na entrevista desta sexta, pela primeira vez Renato pareceu estar abatido.

"Não consigo respirar. É trabalho-hotel, hotel-trabalho. Não tenho paz em lugar nenhum. Sinto um pouco de falta da privacidade que perdi. Não é desânimo, mas não consigo fazer nem meu trabalho com tanto assédio. Sinto um pouco de falta de privacidade", disse Renato, pouco depois de saudar os jornalistas com um irônico desabafo. "Como eu queria ter a vida de vocês".

A vida no Rio de Janeiro ou na Bahia, dois últimos locais que o treinador morou, permitiam ao treinador alguns privilégios. Além da praia, o futevôlei, a família e os amigos em roda de bar estão fazendo falta no cotidiano do gaúcho de nascimento, mas carioca no modo de viver.

Terminada a entrevista por volta das 18h30, Renato entrou em sua camionete que já conhece de cor o caminho do hotel. Andou cinquenta metros e pisou no freio. A velha rotina do treinador. Baixou o vidro e autografou a camisa de dois torcedores. Mais dois gremistas que vão para casa com um "troféu".

Renato, outro gremista, rumou para o seu quarto, onde espera que o telefone não toque. Sexta à noite tem Série B, campeonato em que jogam os próximos dois reforços do Grêmio indicados pelo treinador

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