Membro da Geração de Prata do vôlei e atual técnico da seleção brasileira masculina, Renan Dal Zotto é o entrevistado de Milton Leite e seus convidados no programa Grande Círculo deste sábado, às 23h (horário de Brasília). Vice-campeão olímpico como jogador, Renan se prepara para buscar sua primeira medalha olímpica como treinador nos Jogos de Tóquio 2020. Algo que há três anos nunca imaginaria. Ele revelou que não queria ser o comandante do Brasil e nem teria se convocado se ainda fosse diretor de seleções. Informações do site Globoesportes.com
- Não (teria me escolhido), não estava no meu radar. Eu tive uma grande oportunidade de ser diretor técnico das seleções masculina e feminina e ali por dois anos eu convivi com o Bernardo e com o Zé Roberto diariamente, em Saquarema, nas viagens... Eu ia junto. Fiquei realmente oito anos fora, mas não estava fora fazendo um curso de artes ou outra coisa, eu estava vivendo voleibol sempre. Então quando o presidente (da CBV, Walter Pitombo Laranjeiras) me fez o convite, nas duas primeiras chamadas eu neguei. Foi em setembro e em outubro (de 2016) - contou Renan.
Depois do período como diretor de seleções da CBV, ao fim da Olimpíada do Rio 2016, Renan queria focar seu trabalho na empresa de investimentos financeiros que tem com a esposa, Annalisa Blando. Foi José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina e três vezes campeão olímpico, que convenceu Renan a assumir o cargo deixado vago por Bernardinho.
- Eu já estava morando em Florianópolis. Aí no dia 6 de janeiro, o presidente pediu uma reunião em Maceió, e chegando lá estava ele, Radamés e o Zé Roberto, falando sobre planejamento e tal. Era para definir o novo nome. Como eu estava exercendo até poucos meses o cargo de diretor técnico, ele pediu a minha contribuição para ajudar a definir o novo técnico. Chegando lá, ele perguntou ao Zé Roberto: “Zé, qual seria tua opinião hoje, quem deveria estar à frente da seleção brasileira?” Aí o Zé Roberto falou: “Cara, acho que está muito fácil decidir, acho que a solução está aqui na mesa”. Aí quando ele falou isso, eu pensei: “Armaram para cima de mim”. Aí falei que meu nome não estava em questão, eu estava trabalhando já na minha empresa. Aí o Zé Roberto falou: “Mas como não? Você está há quantos anos no voleibol?” Eu falei mais de quarenta. “E o que o voleibol te deu até hoje? Tudo!” Realmente tudo, até como pessoa. Aí ele falou: “Aí na hora que o voleibol precisa de você, vai virar as costas?” Aquilo ali veio...