No dia 27 de dezembro de 2008, Rodrigo Minotauro teve uma performance aquém do esperado e foi derrotado por nocaute, de forma surpreendente, pelo americano Frank Mir, que lhe tirou o cinturão interino do UFC. O combate, válido pela edição número 92 do evento, era o encontro entre os dois treinadores da oitava temporada do reality show "The Ultimate Fighter", que dá aos vencedores um contrato com a maior organização de MMA do mundo. Quase três anos depois, o brasileiro terá a chance de ir à forra. Neste sábado, no UFC 140, no Canadá, ele volta a enfrentar o seu carrasco, mas com pouco em comum com o lutador que entrou no octógono naquela ocasião. Aos 35 anos, Minotauro está mais forte, mais ágil e, principalmente, mais confiante. Recuperado de duas cirurgias no quadril e vindo de vitória sobre Brendan Schaub no UFC Rio, em agosto, ele espera consolidar seu retorno ao topo do MMA nesta revanche:
- É um clima total de revanche. Evoluí muito de lá para cá. Ele evoluiu muito também, fez grandes lutas, perdeu uma para o Brock Lesnar (no UFC 100), mas ganhou de outros grandes nomes. Eu melhorei minha trocação, ele também melhorou sua parte em pé. E estamos aí de novo, estou melhor das contusões. Isso nao é desculpa, ele foi melhor naquela noite, foi mais explosivo, e justamente por isso estou treinando essa parte de agilidade e explosão, para conseguir ganhar dele na parte do gás, na parte física, que acho que tenho mais. Confio no meu chão, no meu boxe. Estou treinando com o professor Erivan Conceição, um canhoto campeão brasileiro e sul-americano de boxe, e ele está deixando minha mão bem afiada. Estou preparado. Confio na minha mão, no meu jiu-jítsu e no meu treinamento. Estou indo para ganhar - disse, em entrevista ao SPORTV.COM.
Esta será a sexta vez que Minotauro vai lutar no mesmo card que o irmão gêmeo, Rogério Minotouro, e a primeira no UFC - as outras foram no extinto evento japonês "Pride". O peso-pesado afirmou que a adrenalina é grande e que se sente "como se fosse lutar duas vezes na mesma noite". Ele conta com o apoio dos canadenses, que "não gostam dos americanos":
- O canadense gosta de mim. Toda vez que a gente coloca coisas no Twitter o público canadense é o que responde mais em inglês. A gente dá seminários lá. É o segundo país que segue mais a gente, depois do Japão. O canadense gosta muito de mim e do meu irmão. Ele segue a história do MMA, e a gente está com 11 anos de carreira, por isso ele vai torcer para nós. Um americano lutar no Canadá é que nem argentino lutar no Brasil, eles não se dão muito bem.
Na época do Pride, Minotauro costumava vencer a grande maioria de suas lutas por finalização. No UFC, no entanto, o brasileiro passou a ficar mais em pé, buscando o nocaute, como na estratégia já traçada para o duelo com Mir. Segundo ele, isso em nada tem a ver com os problemas que teve no quadril, bastante exigido quando a luta vai para o chão. É apenas uma questão de adaptação:
- O atleta americano treina muito wrestling (luta olímpica), então é dificil botar o cara para o chão. Ele também treina muito jiu-jítsu, sabe como escapar, tem o antijogo. É mais difícil de segurar o atleta no chão. A luta pede mais trocação em pé, e estou com mais experiência nisso, mais confiante, gosto de arriscar um pouco em pé também.
Minotauro já disse diversas vezes que não lutaria com Junior Cigano, o atual campeão peso-pesado do evento. Os dois, além de parceiros de treino, são muito próximos. "Big Nog", inclusive, reconhece que tem participação do sucesso do amigo. E revela qual passa a ser, então, o seu objetivo dentro do UFC:
- Eu quero continuar ganhando minhas lutas. Acho que é um momento muito bom para o MMA no Brasil. O MMA vem depois do futebol, que é uma religião. Vou tentar ganhar minhas lutas, continuar lutando para o público brasileiro, educando as pessoas para entender o esporte. Existe muita gente apaixonada por isso. Eu sou apaixonado pelo que faço, então quero dar o meu melhor e continuar nas cabeças da categoria. Quero estar sempre entre os três melhores.
Rodrigo Minotauro enfrenta Frank Mir no co-evento principal do UFC 140, em Toronto, no Canadá, na noite deste sábado. O evento também terá as lutas entre o atual campeão dos meio-pesados, Jon Jones, e Lyoto Machida, e entre Rogério Minotouro e Tito Ortiz. O canal Combate transmite tudo ao vivo, a partir das 20h50m (Brasília), e o SPORTV.COM acompanha em Tempo Real.