Desde o início de carreira, Ronaldinho Gaúcho foi acostumado a ter que superar os adversários na sua cola e resolver sozinho os problemas de seus times. Atualmente, no entanto, essa realidade mudou um pouco e as cobranças ao craque também passaram para sua vida pessoal. Sem a mesma desenvoltura apresentada um dia dentro de campo, o craque agora precisa de ajuda fora dele para driblar outras marcações e cumprir com suas obrigações.
Com uma rotina reclusa, o camisa 10 do Flamengo exibe um esquema de segurança digno de chefes de estado para sair de casa e até mesmo um cunhado que funciona como uma espécie de "babá", controlando todos os seus horários e compromissos. Sérgio Costa, o Gibão, casado com sua irmã Deise, faz tudo para o jogador e deixa que Ronaldinho se preocupe, teoricamente, apenas com seu dever nos gramados.
Se o jogador precisa de pão para o café da manhã, Gibão resolve. Caso seja necessária a encomenda de uma nova remessa de roupas - cedidas pelo estilista e amigo Christian Audigier -, o cunhado providencia. E Sérgio Costa funciona até como despertador. É ele quem evita que Ronaldinho se atrase para os treinos após as conhecidas baladas que rolam até o dia amanhecer.
O fiel escudeiro de Gaúcho também é o capitão do time que não deixa ninguém chegar perto do jogador e tenta minimizar os efeitos negativos de sua desregrada vida noturna. Além de evitar possíveis registros das incursões do jogador pela madrugada carioca, ele fica responsável por montar toda a logística das poucas vezes que Ronaldinho sai de casa.
Seja no Barra Music, sua casa noturna preferida, ou na churrascaria Porcão, onde costuma se reunir com amigos, o camisa 10 do Fla não chega sem avisar e recebe um tratamento diferenciado para não ser importunado por fãs e paparazzi. Em ambos, Gibão "prepara o terreno" e pede que um lugar seja reservado para a estrela.
Na churrascaria, Ronaldinho tem até uma sala vip. Assim que os gerentes recebem o telefonema do cunhado do jogador informando sua presença, os garçons já tratam de agilizar as exigências. Enquanto a costela bovina, a paleta de cordeiro, o arroz maluco e o feijão vão para o forno, uma seleção de pagodes é acionada no sistema de som do espaço reservado para esperar o jogador. Sem pagar o preço integral do rodízio de carnes da casa, o jogador capricha na gorjeta e faz a festa dos funcionários da Porcão.
Já na casa de shows, o sossego não é o mesmo, mas a discrição e o pagode também estão na programação. Cercado de seguranças por todos os lados, o jogador chega pela porta de entrada dos artistas, nos fundos da casa, passa pelo camarim e acessa um camarote reservado sem que sua presença seja notada. Lá de dentro, protegido por um vidro escuro que evita os registros fotográficos, Ronaldinho curte as noitadas ao lado de muitas mulheres.
E o esquema de aproximadamente dez seguranças que se revezam em três turnos costuma dar certo. "É praticamente impossível chegar perto ou conseguir uma boa imagem do Ronaldinho. O staff dele é um absurdo, digno de grandes astros internacionais e mais poderoso até do que o de muitos chefes de estado que visitam a cidade", analisou um paparazzi acostumado a "caçar" celebridades pelo Rio de Janeiro.
Mesmo com todo o sucesso no cerco para evitar flagrantes em suas noitadas, Ronaldinho ainda tem cuidado extra para não se arriscar. A preferência do jogador atualmente é pelas famosas festas em sua mansão na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e por pagodes em lugares menos badalados, como a roda de samba do grupo Clareou, realizada em um clube no bairro de Jacarepaguá.