:A principal esperança de medalha da natação brasileira para os Jogos Olímpicos de Tóquio é, há dois anos, o revezamento 4x100m livre - medalhista de prata no Mundial em piscina longa de Budapeste 2018, ouro no Pan-Pacífico de Tóquio 2018 e bronze no Mundial em piscina curta de Hangzhou 2018. Mas, depois desta sexta-feira, com o título e recorde mundial em Hangzhou, o 4x200m livre pode sonhar com voos até então pouco esperados.
Na avaliação dos campeões, o potencial para brigar por pódios internacionais é semelhante à da equipe 4x100m. Vale lembrar que a média de idade do time formado para Hangzhou é de 21 anos - Luiz Altamir, Fernando Scheffer, Leonardo Santos e Breno Correia.
- Acho que esse título e esse recorde mundial colocam a gente em evidência. A nova geração está chegando com força mesmo. Sem ter medo, sem ficar pensando muito. É uma geração que com certeza veio para ficar. Estou muito feliz de estar com esses caras aqui. Não podia ser melhor. Essa medalha veio para marcar. É para todo mundo colocar os olhos na gente e ver que não estamos aqui à toa, não - afirmou Santos, de 23 anos.
Além do quarteto medalhista de ouro, outros bons nomes reforçam a ideia de acreditar em rumos significativos para o 4x200m livre brasileiro. João de Lucca, que foi aos Jogos do Rio e estava quase sem treinar, voltou a treinar bem nos Estados Unidos; Murilo Sartori, de 16 anos, já tem resultados animadores - nesta semana, nadou a distância abaixo de 1min49s.
- Na entrevista anterior, disse que o 4x100m já está firmado no cenário mundial. Agora, as pessoas vão começar a olhar o 4x200m com um pouco mais de carinho. Acredito que agora temos as melhores impressões possíveis para as próximas competições. É um dia de cada vez, um passo de cada vez. Mas podemos sonhar com coisa maior no mundial do ano que vem, em Tóquio 2020 e assim por diante. Vamos manter o Brasil no cenário mundial dessa prova e desse revezamento - disse Breno Correia, de 19 anos.
Outro fato animador é que todos os atletas do revezamento foram bem em provas individuais em Hangzhou. Altamir e Correia nos 200m livre, Santos nos 200m medley e Scheffer nos 400m livre.
- Faz um tempo que falam que a natação brasileira está se renovando, que o pessoal mais novo está chegando. Acho que a gente já chegou. Faz tempo que a gente já chegou. Essa prova agora foi só para concretizar isso e colocar no papel que estamos aí para nadar com os melhores do mundo - comentou Scheffer, gaúcho de 20 anos.
Os próximos passos são levar uma equipe forte para o Mundial em piscina longa, na Coreia do Sul, na temporada que vem, e preparar as bases para tentar o pódio em Tóquio.
- Acho que agora é o momento de a galera abrir os olhos para a gente. Tem que acender a luz verde, amarela, vermelha. Todas as luzes e falar esse revezamento tem muita chance. A gente conseguiu uma medalha de ouro no Mundial e tem que investir. É o começo - concluiu Altamir.