A fase do Real Madrid está longe de ser tranquila. Mesmo com a vitória dramática por 1 a 0 sobre o Athletic Bilbao no fim de semana, o técnico Carlo Ancelotti continua no centro das críticas. A queda na Liga dos Campeões e a desvantagem para o Barcelona em LaLiga colocaram o treinador sob pressão. E ele respondeu à altura, com ironia, mas também firmeza durante coletiva nesta terça-feira (22).
Questionado se falta “mão firme” no comando do vestiário, Ancelotti foi direto: “Se querem chicote, contratem outro”.
"Já me perguntaram isso muitas vezes. Sempre que há problemas, dizem que sou permissivo. Mas não vou mudar minha forma de trabalhar. Se querem chicote, contratem outro técnico. Para mim, esse não é o caminho."
A fala repercutiu nas redes e dividiu torcedores. Alguns pedem renovação no comando técnico, enquanto outros defendem o estilo mais sereno do italiano.
Respeito em primeiro lugar
Conhecido por seu perfil conciliador, Ancelotti reforçou que trata os jogadores como seres humanos antes de tudo:
"O segredo é ter respeito e ser respeitado. Trato o jogador como ele é na vida. Nunca precisei ser duro para ganhar confiança. Fico bravo, sim, mas prefiro administrar com diálogo."
A frase do "chicote" virou manchete nos principais veículos da Europa. Em um momento em que muitos técnicos apostam na intensidade emocional como ferramenta de gestão, Ancelotti aposta na empatia como método de liderança.
Olho na Copa do Rei
O técnico também comentou sobre o próximo compromisso do Real: a partida contra o Getafe, nesta quarta. Mbappé e Mendy estão fora do confronto, mas ainda podem voltar para a final da Copa do Rei, contra o Barcelona, no domingo (27), em Sevilha.
Ao ser perguntado se o time catalão é favorito, Ancelotti refutou:
"Dizer que o Real Madrid é zebra em uma final é exagerado. Eles estão em um momento melhor, mas finais são sempre abertas. Muita coisa pode acontecer."
O treinador reconheceu que o destino da temporada depende de vencer o maior rival:
"Ambos os títulos, Copa do Rei e LaLiga, se resumem a vencer o Barcelona. Podemos conseguir, mas está claro que algo precisa mudar nesse sentido."
Foco no presente, sem revanche
Mesmo sob pressão e com parte da imprensa pedindo sua saída, Ancelotti mostrou serenidade ao comentar sobre o futuro. Negou qualquer desejo de revanche contra críticos e reafirmou o carinho pelo clube.
"Não tenho vingança contra ninguém. Estar aqui me encanta. Espero continuar o máximo de tempo possível e, se um dia acabar, serei grato e tirarei o chapéu para este clube. Nada mais."
Com a temporada ainda indefinida, o técnico segue no comando de um elenco repleto de estrelas e desafios. Sua postura pode não agradar a todos, mas, para Ancelotti, liderança é construída com respeito, não com gritos.