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Presidente do Corinthians recebe idealizadores do projeto SAFiel; entenda a proposta

Plano prevê a transformação do clube em SAF com participação dos torcedores como acionistas

Osmar Stabile, presidente do Corinthians, com idealizadores da Safiel e conselheira Miriam Athie | Foto: Divulgação
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O presidente do Corinthians, Osmar Stabile, recebeu os idealizadores do projeto SAFiel, que defende a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) com participação direta dos torcedores como acionistas. A reunião aconteceu na última sexta-feira (26), no Parque São Jorge, e contou com a presença de Carlos Teixeira, Maurício Chamati e Eduardo Salusse, além da conselheira Miriam Athie.

Durante o encontro, Stabile manifestou interesse em comparecer ao evento oficial de lançamento do projeto, marcado para o próximo dia 28 de outubro.

Reuniões e articulações

Os representantes da SAFiel vêm apresentando a proposta a diferentes setores do clube. Em 1º de setembro, por exemplo, se reuniram com o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, por cerca de 1h30.

Na ocasião, ouviram ponderações e se comprometeram a ajustar o texto do projeto para uma nova apresentação. Tuma, porém, destacou que “a transformação em SAF não poderia ser incluída na reforma do estatuto em andamento”, ainda que artigos possam ser inseridos para viabilizar futuras discussões sobre o tema.

Além das lideranças políticas do Corinthians, os idealizadores também levaram o debate às diretorias das torcidas organizadas, que teriam participação prevista no modelo de gestão.

O que é a SAFiel

A proposta da SAFiel sugere uma gestão profissionalizada do futebol, sem dono único. Nesse modelo, torcedores poderiam adquirir ações a preços populares, com direito a voto em conselhos e participação nas decisões.

O projeto prevê quatro conselhos distintos: Administrativo, Fiscal, Cultural e de Governança, compostos por representantes eleitos pelos torcedores acionistas. As torcidas organizadas também teriam cadeiras no Conselho de Fiscalização.

A administração do clube ficaria a cargo de executivos profissionais, que seriam “contratados ou demitidos com base em capacidade e cumprimento de metas”, conforme defendem os idealizadores.

Viabilidade e resistências

Apesar de inovadora, a SAFiel enfrenta obstáculos para avançar. Atualmente, não há maioria entre sócios, conselheiros e dirigentes favorável a transformar o Corinthians em SAF. A resistência vem, principalmente, da rejeição à ideia de “vender” o clube para investidores.

No passado, o Corinthians chegou a ser sondado por fundos árabes e até por grupos intermediados pela empresa OTB Sports, mas não houve abertura de negociações. “Não temos interesse nesse tipo de operação”, afirmou a antiga gestão, sob o comando de Augusto Melo.

Para que uma mudança tão profunda seja aprovada, seria necessário um processo legal complexo, com votações no Conselho Deliberativo e entre os associados.

Os defensores da SAFiel argumentam que o modelo pode ser a saída para a grave crise financeira do clube. Hoje, o Corinthians acumula uma dívida que gira em torno de R$ 2,6 bilhões e enfrenta dificuldades recorrentes de fluxo de caixa.

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