Piauiense que usar medalha olímpica para projetos sociais

Piauiense vive emoção de receber medalha de Sydney, se recorda da avó que não pôde assistir ao momento

Cláudio: Há três anos bati na porta das secretarias de esporte e não obteve respostas | ade Araujo / ge Piauí
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Foi lá do alto que a Dona Maria das Dores viu a conquista do neto Cláudio Roberto durante a disputa do Troféu Brasil, em São Paulo. O medalhista olímpico recebeu 20 anos depois, com uma cerimônia organizada pela Comitê Olímpico Brasileiro, a medalha de prata que conquistou com a equipe brasileira do revezamento 4x100m, em Sydney 2000.

De volta ao Piauí, Cláudio lembrou da sua grande incentivadora no esporte, que não pôde acompanhar, em vida, o neto no pódio olímpico e projetou como espera fazer com que a medalha esperada há décadas renda frutos a jovens e crianças da periferia: financiar projetos sociais de atletismo no estado. . Informações do site GloboEsportes.com

Cláudio: Há três anos bati na porta das secretarias de esporte e não obteve respostas

- Minha vó foi uma grande incentivadora dessa minha caminhada no esporte, me ajudou muito no início e tudo. Quando cheguei aos Jogos Olímpicos, ela estava lá torcendo por mim. Infelizmente, em 2008, ela faleceu e não pôde ver a medalha que ela sabe que eu tanto corria atrás, mas ela está lá em cima vendo - afirmou o medalhista.

Em 2015, o ex-atleta tornou público que não havia recebido a medalha na Olimpíada em 2000. O vice-presidente da atual gestão do COB, Marco Antônio La Porta, soube da história ao se encontrar com Cláudio em um evento em Teresina, para onde o ex-velocista se mudou em 2018. Levou o tema ao diretor de esporte do comitê olímpico, Jorge Bichara, que, egresso do atletismo, achou que era hora de ressuscitar a história.

O COB, então, entrou em contato com o COI para avaliar a possibilidade de se reavaliar o caso. Por quatro meses, os dois comitês trocaram ofícios e promoveram reuniões. Até que em 6 de maio, o COI comunicou o COB de que encaminharia a honraria, assim como um novo pin e um diploma de medalhista olímpico.

Agora, de volta a Teresina, Cláudio Roberto sente, de forma diferente, o reconhecimento de ter no peito a medalha que lutou para conquistar dentro e fora das pistas.

A meta é transformar esse reconhecimento em patrocínio para continuar desenvolvendo o projeto social de atletismo na periferia da capital.

- Lógico que a gente fica com aquela esperança de que a parte pública, no caso de administração pública, reconheça o nosso trabalho, reconheça o que a gente fez também como cidadão, como esportista. É algo difícil de ver, não só aqui, mas no Brasil inteiro. Eu fico esperando isso, o Governo do Estado e a Prefeitura de Teresina reconheça isso. Reconhecer como? Através de parcerias, faz três anos que voltei para Teresina, com um projeto social, bati na porta das secretarias de esporte de estado e município e não obtive respostas - relatou.

- É esse tipo de reconhecimento que eu quero. Reconhecer o meu trabalho e reconhecer que eu posso ajudar com o esporte do estado, com o esporte da cidade. Espero que com a vinda da medalha isso acabe adicionando para que isso aconteça - projetou Cláudio Roberto.

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