A repercussão de uma suposta nova camisa vermelha da seleção brasileira movimentou as redes sociais entre os dias 28 e 29 de abril. Segundo levantamento da Quaest, o tema gerou 24 milhões de menções em apenas dois dias, alcançando uma média de 43 milhões de visualizações. A análise aponta que 90% das reações foram negativas.
As críticas concentraram-se principalmente na mudança das cores tradicionais da Seleção, que remetem à bandeira nacional, verde, amarelo, azul e branco. A camisa vermelha causou forte rejeição entre internautas e também incendiou o debate político.
CBF nega oficialização
Diante da repercussão, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou uma nota afirmando que
“as imagens divulgadas recentemente de supostos uniformes da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2026 não são oficiais”.
A entidade ressaltou que nem ela, nem a Nike, fornecedora de material esportivo, divulgaram detalhes sobre a nova linha.
A origem do boato está em uma publicação do site “Footy Headlines”, especializado em vazamentos de uniformes. De acordo com o portal, o novo uniforme teria camisa vermelha, calção preto e o logotipo da Air Jordan, com lançamento previsto para março de 2026, meses antes da Copa do Mundo.
Briga política
A possível adoção do vermelho na camisa da Seleção foi interpretada por políticos como uma questão ideológica. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que "mudar as cores é uma afronta ao orgulho do povo". Já o deputado Arthur Maia (União-BA) disse que os uniformes devem seguir as cores da bandeira nacional.
Randolfe Rodrigues (PT-AP) também se posicionou contra a mudança: “As cores da nossa seleção representam o que nos distingue no mundo”. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) foi além, ironizando: “A quem a CBF quer homenagear com a camisa vermelha? PT, China, Putin ou Gilmar Mendes?”
Outros nomes como Ricardo Salles (Novo-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI) também criticaram. Para Ciro, a camisa “coloca a Seleção em uma polarização que jamais deveria entrar”.
Camisa vermelha não é inédita
Embora a proposta tenha causado controvérsia, o uso de camisas vermelhas pela seleção brasileira não é exatamente inédito. Em 1917, o Brasil vestiu vermelho em partidas contra Uruguai e Chile, devido à semelhança com os uniformes das outras seleções.
Em 1936, em um amistoso contra o Peru, a equipe usou camisas emprestadas do Independiente da Argentina, também vermelhas, para evitar confusão com o uniforme branco do adversário.
Apesar dessas exceções históricas, o uniforme canarinho consolidou-se com as cores da bandeira nacional a partir da década de 1950, sendo um dos símbolos mais reconhecíveis do futebol mundial.