?O campeão voltou?. O grito entoado por mais de 70 mil torcedores que lotaram o Maracanã para assistir à vitória do Brasil por 3 a 0 sobre a Espanha, na final da Copa das Confederações, não mexeu apenas com os jogadores que suaram a camisa para conquistar o tricampeonato do torneio. Os ecos no estádio após o terceiro gol, marcado por Fred, logo no início da etapa final, mexeram com um veterano. Um veterano tetracampeão do mundo. Os brados deixaram o coordenador da Seleção, Carlos Alberto Parreira, ainda mais motivado para buscar mais um caneco: o da Copa de 2014.
- Durante o jogo, o grito de ?o campeão voltou? foi muito forte. Aquilo ali para mim foi muito emblemático, porque não partiu de uma agência de publicidade, de um criador de slogan. Foi uma coisa que, vou usar uma palavra forte, saiu das entranhas do torcedor. Foi espontânea, voluntária. Se eu fosse um homem de empresa, eu patenteava esse slogan e colocava como o slogan da Copa. Tem que ser a nossa bandeira. Foi maravilhoso, importante. Nem achei o ?olé? tão importante, mas ?o campeão voltou? significou muito.
E para um profissional de 70 anos, que já foi campeão do mundo em 1970 (como preparador físico) e em 1994 (como treinador), tal afirmação tem muito peso. Num bate-papo por cerca de uma hora na sede da CBF, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Parreira ressaltou a volta do apoio do torcedor brasileiro, que foi crescendo após as atuações e no decorrer do torneio.
- Isso é uma empatia. Empatia é troca. Nós, de certo modo, construímos esse apoio. Tudo com seriedade, trabalho, as vitórias que foram acontecendo. As pessoas foram acreditando, e a Seleção chegou à final numa apoteose total no Maracanã. Foi bom no Castelão, em Porto Alegre, em Minas. Mas o ápice foi no Maracanã, contra a Espanha. Era o jogo que o mundo todo queria ver. Coincidiu tudo num dia só. O time está numa crescente de motivação, de consolidação tática. Não tinha como perder aquele jogo. Sabíamos que não iríamos perder.