Gilmar Rinaldi traçara um plano para o pupilo: depois do resgate no Flamengo, a Copa do Mundo serviria para ratificar a volta por cima e facilitaria a assinatura de um dadivoso contrato com um clube europeu.
Agora, talvez nem mesmo a casa dele possa abrigá-lo. O contrato com o Rubro-Negro termina no dia 31 de maio e mais da metade do salário é pago pelo fornecedor de material esportivo do clube. Só que, em conversas internas, a Olympikus mostra-se dividida quando questiona a possibilidade de seguir no papel de mecenas.
Argumenta que paga caro e o atacante não devolve na mesma moeda. Ele não foi a qualquer evento de divulgação dos uniformes do Flamengo ? e o contrato dele com a Nike permite isso. O título brasileiro também mostrou que o clube, e não apenas Adriano, é capaz de manter as vendas de uniforme nas alturas.
- Já começamos a conversar com todos os jogadores que têm contrato terminando. Mas as situações do Adriano e do Love são mais complicadas - declarou o diretor jurídico do Flamengo, Luis Manoel.
O staff de Adriano prefere aguardar e respeitar o luto momentâneo pela ausência na Copa do Mundo antes de pensar mais adiante.
- Há uma tristeza enorme no Adriano, nos amigos e na família. Não é a hora de tratar sobre o futuro. Ele pensa exclusivamente na partida contra o Universidad de Chile ? disse o advogado do atleta, Diogo Souza.
De fato, o presente bate à porta. Diante de um Maracanã lotado, o Imperador terá a oportunidade do primeiro discurso pós-derrocada às 19h30m (de Brasília) desta quarta-feira. Mas, em vez de palavras, o troco tem que vir com a bola nos pés. A nação brasileira não o espera mais. Só que, como gosta de se designar, a nação rubro-negra ainda bate palmas à espera do despertar da majestade, que só marcou dois gols em cinco jogos no torneio continental. Afinal, como disse o gerente de futebol Isaías Tinoco ?a Copa do Mundo do Flamengo é a Libertadores?.