A Taça Libertadores tem sido uma repetição de traumas para o Flamengo. Desde 2002, quando quebrou uma série de nove anos sem disputar a competição, até agora, o time acumula eliminações que deixam marcas. Por isso, o confronto com o Bolívar, em La Paz, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília) a 3.600m de altitude, tem ar de decisão contra uma nova decepção.
Ainda que esteja na fase de grupos, o Flamengo vive uma situação delicada. Em caso de derrota nesta quarta-feira, pode cair para a lanterna do Grupo 7, faltando duas rodadas e com um jogo fora de casa a fazer contra o Emelec-EQU. No momento, o time está em segundo lugar, com quatro pontos.
Em 2002 e 2012, o Flamengo foi eliminado na primeira fase da competição. Em 2007, caiu no Maracanã, nas oitavas, mesmo vencendo por 2 a 0 o Defensor. No ano seguinte, a tragédia diante do América-MEX, com uma derrota por 3 a 0, no Rio, também nas oitavas. Contra a Universidad de Chile, em 2010, nas quartas, o nascimento de um carrasco chamado Montillo, que nem a vitória no Chile foi capaz de apagar.
Contra o Flamengo, há ainda o fato de o Bolívar ter perdido apenas uma vez em 11 jogos em La Paz para adversários brasileiros em Libertadores: 2 a 1 para o Grêmio, em 1983. Além disso, o técnico Xabier Azkargorta, que estreou à frente do time no empate com o Flamengo, também comanda a seleção da Bolívia e não perde há 21 anos na cidade, ou nove jogos, com direito a vitória por 2 a 0 sobre o Brasil em 1993.
Léo Moura está na sua quinta Taça Libertadores com o Flamengo e passou por quase todas essas experiências traumáticas. Ele procura tirar lições dos momentos difíceis que viveu no clube durante esses anos para evitar uma nova situação constrangedora.
- Toda eliminação é ruim, mas nem fico com esse pensamento. Gosto sempre de vencer e as coisas estão acontecendo desta forma ultimamente. O que passou vai ficar no passado, mas servir de lição. Temos que aprender a jogar fora de casa. Muita gente não dá valor, mas são esses pontos que fazem você correr menos risco de ser eliminado - afirmou Léo Moura.
Na edição de 2012, o Flamengo não conseguiu vencer fora de casa em três jogos disputados na fase de grupos. O time empatou com o Lanús-ARG e perdeu para Emelec-EQU e Olimpia-PAR. Com isso, acabou sendo eliminado sem chegar às oitavas de final.
Para quebrar essa sequência negativa, André Santos alerta para a necessidade de minimizar os erros no jogo com o Bolívar. Assim, o time terá mais condições de vencer o jogo e se recuperar na competição depois do empate em 2 a 2 no Maracanã com o clube boliviano.
- Nenhuma equipe pode acertar o ano inteiro. Erramos quando ainda poderíamos errar. Agora, temos que diminuir a margem de erro. Quem errar menos se candidata a vencer o jogo - afirmou o jogador.
O Flamengo não alcança uma semifinal de Taça Libertadores desde 1984, quando a fase ainda era disputada por três times. Leonardo Moura também vê o tempo passar e, aos 35 anos, no ritmo do clube, tenta coroar sua carreira.
- A Libertadores é o único título que falta para eu fechar com chave de ouro a minha carreira. Não posso deixar passar em branco - disse.