No último domingo, após a vitória do Corinthians sobre o São Paulo, pelo Campeonato Paulista, o presidente do Timão, Mário Gobbi, se exaltou e disse que a prisão dos 12 corintianos em Oruro, na Bolívia, era pior do que a morte de Kevin Espada, atingido por sinalizador disparado pela torcida alvinegra em jogo daTaça Libertadores.
As palavras do dirigente corintiano não foram bem digeridas por Limbert Beltrán, pai de Kevin, morto no último dia 20 de fevereiro, durante o empate por 1 a 1 do San José com o Corinthians, em Oruro. No mesmo dia, 12 corintianos foram presos como suspeitos. E continuam lá, apesar da confissão do menor H.A.M., no Brasil.
? Não me parece nada correta essa declaração do presidente do Corinthians. Eu só peço que ele se coloque no meu lugar e pense se realmente é pior ter 12 pessoas detidas do que você jamais poder abraçar novamente uma pessoa amada. Eu nunca mais vou ver o Kevin ? disse Beltrán ao GLOBOESPORTE.COM.
Completamente abalado pela morte do filho mais velho (Limbert e Carola têm mais três filhos menores), o pai de Kevin completou.
? Esses 12 torcedores, uma hora ou outra, vão ver novamente suas famílias, às quais peço perdão, mas eu só tenho o túmulo do meu filho. Nada mais do que isso. Só quero que a Justiça seja feita e quem disparou o sinalizador pague pela morte do meu menino - falou o pai do garoto boliviano.
A confissão do menor H.A.M., de 17 anos, dias depois do ocorrido em Oruro, não foi considerada pela Justiça boliviana. Por isso, os 12 suspeitos detidos no dia 20 de fevereiro seguem presos. A primeira apelação, para que eles respondessem em liberdade, foi negada. O Corinthians busca a ajuda do governo brasileiro.