O contrato de rescisão que o São Paulo firmou com Daniel Alves, em setembro de 2021, voltou ao centro de uma disputa judicial que envolve milhões de reais, diferentes credores e até um fundo de investimentos. O clube ainda paga parcelas do acordo que soma R$ 22,8 milhões, divididos em 60 parcelas mensais iniciadas em janeiro de 2022 e válidas até janeiro de 2027.
Daniel, que vive na Espanha e aguarda julgamento na terceira e última instância por acusação de agressão sexual, não recebe mais diretamente esses valores e é justamente o destino desse dinheiro que desencadeou a briga.
Fundo afirma ter comprado os créditos de Daniel
O GAD, fundo especializado em direitos creditórios, afirma que fechou um acordo com Daniel Alves em setembro de 2022. Pelo entendimento, o fundo pagou R$ 11,5 milhões à vista ao ex-jogador e, em troca, passou a ter direito a receber todas as parcelas futuras que o São Paulo ainda pagaria.
Na época, o valor restante do contrato com o clube era estimado em R$ 19,8 milhões. O modelo funcionaria como um adiantamento: Daniel recebia à vista, enquanto o fundo recolheria as parcelas ao longo dos anos.
Mas o problema, segundo o próprio GAD, surgiu quando Daniel deixou de repassar os valores que o fundo deveria receber. A situação teria começado em 2023, período em que ele foi preso na Espanha. Hoje, o GAD cobra R$ 7,7 milhões em dívida.
Penhoras complicam o recebimento
A tentativa do fundo de receber diretamente do São Paulo encontrou outro obstáculo: parte das parcelas do ex-jogador está penhorada em diferentes processos.
A maior fatia, inicialmente de 30% e depois elevada para 50%, foi bloqueada em uma ação de pensão movida por Dinorah Santana, ex-mulher de Daniel Alves. O valor corresponde à pensão dos filhos e corre em segredo de Justiça. O próprio fundo afirma não ter acesso aos detalhes.
Outros valores chegaram a ser penhorados em uma ação do Banco Safra, já encerrada o que adiciona ainda mais camadas ao emaranhado jurídico. A Justiça concedeu ao GAD um arresto, espécie de congelamento de bens e valores que Daniel Alves tenha no Brasil. Mesmo assim, a disputa segue sem resolução.
Daniel ainda não apresentou defesa
Até o momento, o ex-lateral não constituiu advogado no processo movido pelo GAD e tampouco apresentou defesa. Advogados que o representam em outras ações no Brasil foram procurados, mas não responderam. Com pagamentos que seguem até 2027 e múltiplos credores reivindicando fatias das parcelas, a disputa promete se arrastar.