Tiffani Marinho só pensa no índice olímpico dos 400 m, a meta que havia fixado para a temporada com o treinador Evandro Lazari antes da pandemia da COVID-19. A atleta não tirou o objetivo da cabeça, mesmo com o isolamento social, o fechamento das pistas e a paralisação do calendário. Aos 21 anos, nascida em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, a campeã brasileira sonha em estar na seleção brasileira nos Jogos de Tóquio, adiados para 2021.
Neste ano de 2020 já conquistou a medalha de ouro no Sul-Americano Indoor de Cochabamba, na Bolívia, em fevereiro, antes da pandemia (53.34). Tiffani treina na Orcampi, em Campinas, desde 2017, com boa evolução na prova. Corria 54.00 em 2017, 52.85 em 2018 e correu 51.84 em 2019.
Precisou superar uma lesão grave no tornozelo em 2018 para fazer o índice e competir no Mundial Sub-20 de Tampere, Finlândia. Fez o índice do Mundial na semifinal (53.21) do Brasileiro Sub-20 e, na final, bateu o recorde da categoria (52.85). O revezamento 4x400 m misto do Brasil foi 8º no Mundial Sub-20 (3:34.55) e Tiffani ficou com o bronze no Troféu Brasil (53.04).
Na primeira competição de 2019, Tiffani fez 52.79 e pulou para a primeira posição do Ranking Brasileiro. Foi campeã sul-americana adulta e na Europa correu 52.21, então sua melhor marca. Conquistou o seu primeiro título do Troféu Brasil nos 400 m, com recorde pessoal (51.84) e se qualificou para o Mundial de Doha, Catar.
“Tudo muito novo e extraordinário para mim, sonhos realizados em cima de sonhos realizados. Fiz o meu primeiro 51 segundos na vida! Fui ao Mundial de Revezamentos, ao Mundial de Doha, corri 51.84 (no Troféu Brasil). Os dois 51 de 2019 foram importantes, por ganhar o Troféu Brasil e ter conseguido o ápice em um Mundial.” Em Doha ficou em 9º, com 51.96.
Integrar a seleção brasileira de atletismo é “uma responsabilidade muito grande” para ela. Mas afirma que “não inventa desculpas e confia no trabalho, no treinador e nos colegas”. Em Yokohama, o revezamento teve Lucas Carvalho, Tiffani Marinho, Cristiane Silva e Alexander Russo – fez 3:18.26, na semifinal, recorde brasileiro e sul-americano, e foi 6º na final, com 3:20.71.
Em Doha, a equipe teve Lucas Carvalho, Tiffani Marinho, Geisa Coutinho e Alexander Russo e foi 8ª colocada (3:16.22), garantindo a presença do Brasil na prova nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na semifinal, o grupo, com Anderson Henriques no lugar de Alexander, bateu o recorde sul-americano, com 3:16.12. Será a primeira vez que o 4x400 m misto integrará o programa olímpico do atletismo.
“Ela consegue correr bem a segunda perna do revezamento, que é complicada, por causa do desbalizamento e de ter de entregar o bastão bem. Confio nela. Tiffani está ganhando experiência e constância. Quando pudermos competir vamos buscar consistência, correr novamente na casa dos 51. A paralisação do calendário atrapalhou nosso planejamento, mas o objetivo é correr próximo da melhor marca, ou melhorar. A possibilidade de entrar na seleção brasileira olímpica por pontos ajuda. Ela foi bem nas competições e é a primeira no ranking mundial por pontos (20ª, com 1.210 pontos), tirando as atletas com índice”, observa Evandro. O índice olímpico nos 400 m feminino é 51.35.
Tiffani disse que tem espaço para treinar onde mora, no Swiss Park, em Campinas, mas a pista da Orcampi está fechada. “Estou treinando do jeito que dá e esperando essa pandemia passar. Mas quando as competições vierem a expectativa continua a mesma. Estou focada, segura e confiante para fazer o índice olímpico nos 400 m.” (COB/ Fonte: CBAt)