Orçamento para Jogos de 2016 pula de R$ 4,2 bilhões para R$ 7 bilhões

No dossiê de candidatura, entregue em 2009, o Comitê estimou gastar cerca de R$ 4,2 bilhões na produção do evento.

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A 925 dias do início dos Jogos, o Comitê Rio 2016 anunciou o orçamento oficial para as Olimpíadas e Paralimpíadas, nesta quinta-feira, em sua sede, no Rio de Janeiro. Em quatro anos, os gastos previstos pela organização saltaram de R$ 4,2 bilhões para R$ 7 bilhões. Mas, considerando a atualização da inflação com base no IPCA no período, que foi de 31,89%, o valor passou para R$ 5,5 bilhões e o aumento real do orçamento foi, portanto, de R$ 1,5 bilhão. O custo total para a realização dos dois eventos, porém, só será conhecido na semana que vem, quando serão divulgados os investimentos dos três níveis de governo.

No dossiê de candidatura, entregue em 2009, o Comitê estimou gastar cerca de R$ 4,2 bilhões na produção do evento. Também estava previsto um orçamento de R$ 1,4 bilhão distribuído pelas três esferas de governo. Mas o orçamento final de R$ 7 bilhões apresentado nesta quinta-feira não prevê mais o repasse dos recursos públicos ao Comitê Rio 2016. Assim, a receita para cobrir os gastos viria de forma integral de fontes privadas.

O aumento no orçamento foi justificado principalmente pelos seguintes fatores: entrada de quatro esportes a mais no programa (golfe, rúgbi, paracanoagem e paratriatlo); a evolução da tecnologia ? gerando demandas de novos equipamentos, como tablets; a sofisticação da segurança; e aumento dos salários e na despesa com a vila olímpica. Além disso, o Comitê Rio 2016 informou que o custo previsto - R$ 4,2 bilhões - também precisava ser atualizado com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que teve uma variação de 31,89% neste período, como forma de comparação. Então, o R$ 4,2 bilhões de 2009 seriam, na verdade, R$ 5,5 bilhões atualmente.

Segundo o diretor geral dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Sidney Levy, essa diferença tentará ser compensada pelo Comitê Organizador do Rio 2016 com mais investimentos.

- Acontecem coisas que não estão no nosso controle, como a inflação. Mas é nosso papel trabalhar todos os dias para que esse número seja equilibrado. Fomos ao mercado para trazer mais receitas para compensar as despesas e estamos tendo bastante sucesso ? afirmou Levy.

O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, procurou minimizar o aumento do orçamento comparando com o valor gasto pela organização das Olimpíadas de Londres, em 2012.

- Estamos trabalhando com um orçamento 30% menor do que o de Londres. Londres trabalhou com um orçamento equivalente a R$ 12 bilhões. O nosso é de R$ 7 bilhões - ressaltou Nuzman, considerando o câmbio atual da libra.

O relatório econômico trimestral final publicado pelo Departamento de Cultura, Mídia e Esporte do governo britânico (DCMS) em outubro de 2012, porém, mostrou que o orçamento operacional do Comitê Organizador de Londres 2012 (Locog) chegou perto dos 3 bilhões de libras. Mas considerando o câmbio da época (R$ 3,20), o custo total seria de R$ 9,6 bilhões.

A apresentação do Comitê Rio 2016 desta quinta-feira marcou o início das três etapas que compõem a divulgação do orçamento da competição. Até agora, foram anunciados apenas os gastos com as operações dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Este levantamento não conta, portanto, os custos de construções, reformas de instalações e qualquer obra de infraestrutura.

Com mais de dois anos de atraso, de acordo com a primeira data prevista (novembro de 2011), a matriz será entregue na próxima semana. A criação da Autoridade Pública Olímpica (APO) e, depois, a mudança de gestão da mesma, no ano passado, dificultaram ainda mais a definição das responsabilidades. O Comitê Organizador dos Jogos de Londres entregou o documento antes dos mil dias para a competição. Já o Brasil começa a apresentar sua previsão 925 dias antes da abertura.

Para finalizar a apresentação do orçamento dos Jogos, em março, ainda sem data estipulada, os três níveis de governo anunciarão o Plano de Antecipação e Ampliação dos Investimentos Federais, Estaduais e Municipais em Políticas Públicas.

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