Clubes como Ponte Preta e Cruzeiro se uniram ao Flamengo e times paulistas da Série A (Palmeiras, Corinthians, São Paulo, Santos e Red Bull Bragantino) para assinar, nesta terça-feira (03), o documento de criação da Liga de clubes do futebol brasileiro.
A nova organização foi aceita com a concordância dos oito times. Está nomeada como Libra (Liga do Futebol Brasileiro). Em evento realizado na sede da CBF, deve ser anunciada formalmente do dia 12 de maio.
Série A e B, na qual discutiram a proposta da Cojadas Sport Kapital (CSK), do advogado Flavio Zveiter. A empresa possui suporte do banco BTG. Ainda foi debatido como será organizado as receitas entre os clubes.
Nesta manhã de terça-feira, foi feita uma reunião, em um hotel em São Paulo, com os dirigentes de clubes daOs que assinaram a criação da Liga tem a proposta de 40% distribuídos igualmente, 30% por classificação e 30% por engajamento. Os blocos que não assinaram contestam os percentuais adotados e sugerem adequações tanto na Série A quanto na Série B. O grupo do Forte Futebol, constituído por clubes nacionais ( América-MG, Atlético-GO, Athletico-PR, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude), prefere uma divisão em 50-25-25.
Os demais clubes concordaram em decidir sobre a adesão ou não ao projeto até o dia 12, também em função dessa divisão. A maior parte deles faz parte do Forte Futebol, que quer uma cota financeira maior para os clubes emergentes. Entre eles está o maior opositor do projeto em curso, o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia.
“Quem estava preparado para assinar, assinou hoje. Quem depende de aprovação de conselho, assina no dia 12”, disse o presidente do Santos, Andrés Rueda, um dos signatários da proposta.
Atlético-MG e Vasco se interessaram pela ideia, mas ainda não assinaram. Botafogo e Fluminense também enviaram representantes, porém ficaram de analisar as condições. O Flamengo capitaneou as discussões ao lado dos clubes paulistas.
"Estive hoje em São Paulo na reunião para discutir o futuro do futebol brasileiro. Existe um consenso entre os clubes de que a Liga é o caminho. Estamos estudando todos os detalhes junto com a 777 Partners para a adesão do Vasco. No dia 12/5, na CBF, teremos nova reunião com todos os clubes. Acreditamos num grande entendimento em benefício dos clubes e do futebol", disse o presidente do Vasco, Jorge Salgado.
O Botafogo se posicionou através do CEO Jorge Braga:
“Participei na manhã de hoje de uma importante reunião em São Paulo com representantes de grandes clubes do Brasil. Em pauta, a constituição da Liga, que o Botafogo sempre defendeu a estruturação pois entende que esse é o futuro do produto futebol brasileiro. O papel do Botafogo nesse processo é de racionalidade. Nossa posição é de união, inclusão e valorização do produto, buscando consenso. Concordamos com a visão, o conceito e estamos avaliando tecnicamente a melhor estratégia para decisão em conjunto com John Textor. Não há motivos para açodamentos. O Botafogo tem ciência do seu valor, da capacidade da Liga e vai lutar pelo formato que alie os seus interesses e dos clubes como um todo", afirmou Braga.
“Está criada a Liga, que é o futuro do futebol. Alguns clubes assinaram, outros assinarão até a semana que vem”, declarou Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
Outros dirigentes não manifestaram a mesma empolgação de Leila. Petraglia, por exemplo, afirmou ter sido "surpreendido" com a pauta da reunião, que continha, segundo ele, pontos dos quais discordava, e criticou "a vaidade dos clubes com grandes torcidas".
“Houve uma inversão de objetivos. Não se discutiu absolutamente nada. Daí vieram com estatuto pronto, e que os seis (Flamengo, Corinthians, Santos, São Paulo, Palmeiras e Bragantino) assinariam, e quem quisesse assinar ficaria à vontade. Eu nem estudei o estatuto”, reclamou.
Mesmo assim, ele disse que os pontos de divergência são "poucos" e que podem ser resolvidos até o dia 12 de maio.
Presidente do Internacional, Alessandro Barcellos afirmou que a questão da distribuição das receitas da liga deve ser debatida posteriormente.
“Se não a gente coloca a carreta na frente dos bois. Primeiro vamos colocar uma formalização do estatuto da Liga. Depois ela vai entrar nesse detalhes”, declarou Barcellos.
O próximo passo é reunir os 40 principais clubes do futebol brasileiro, das Séries A e B, na sede da CBF, no dia 12, para uma posição em consenso.
Desde o ano passado, a Codajas sustenta que tem investidores interessados em aportar US$ 1 bilhão no projeto. O percentual de quanto isso compraria ainda precisa ser discutido pelos clubes, após a criação da liga.