O Operário-MS iniciou oficialmente o planejamento da temporada de 2026 com a negociação pela contratação do volante piauiense Jonas Gomes, de 34 anos, que acumula passagens por Flamengo, Bahia e teve o Retrô-PE como último clube. A movimentação marca o começo prático da nova fase do Galo sob o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), aprovado recentemente em assembleia.
A negociação foi confirmada pelo empresário Eduardo Maluf, que agora comanda o futebol do clube. Segundo ele, o elenco já está em formação e Jonas é um dos nomes experientes monitorados para reforçar o meio-campo. O volante atuou pelo Flamengo em duas temporadas, em 2015 e 2018, além de ter defendido o Bahia antes de seguir para o futebol pernambucano.
Transformação em SAF
A mudança do Operário-MS para o modelo de SAF foi aprovada em assembleia geral realizada na última segunda-feira (1). Pelo novo formato, a IM Global Sports, empresa ligada à família Maluf, passou a deter 90% das ações do clube, enquanto a associação permaneceu com 10% da sociedade. Ainda será realizada uma nova assembleia para ratificar formalmente o processo.
Apesar da etapa final ainda depender de homologação da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a gestão esportiva e administrativa já está sob responsabilidade do novo grupo investidor.
Eduardo Maluf é empresário de atletas que atuam na elite do futebol nacional, como o meia Matheus Pereira, do Cruzeiro, e o atacante Michael, do Flamengo. Ele esteve presente na final da Libertadores vencida pelo clube carioca, em Lima, e destacou a ligação familiar com Mato Grosso do Sul ao assumir o projeto do Galo.
“Campo Grande é a nossa casa. Assumir o Operário não é apenas um projeto empresarial, é assumir a maior bandeira esportiva de Mato Grosso do Sul. Temos pressa e vamos trabalhar para estruturar desde já a temporada de 2026”, afirmou Maluf.
Anúncio oficial do projeto
O projeto da SAF foi anunciado oficialmente no dia 23 de agosto, dois dias após o Operário completar 87 anos. Na ocasião, a diretoria informou que a alteração no modelo de gestão tem como objetivo fortalecer a estrutura administrativa, financeira e esportiva do clube, buscando modernização e maior competitividade.
Com a decisão, o Operário-MS segue o caminho do Pantanal, que em 2024 se tornou a primeira equipe do estado a adotar o modelo de Sociedade Anônima do Futebol ao se transformar em Pantanal SAF.
Temporada de altos e baixos
Apesar do título estadual conquistado em 2025, o Operário-MS enfrentou dificuldades fora de campo ao longo do ano. O segundo semestre foi marcado por atrasos salariais, paralisação de treinos e até a desistência do time feminino do Campeonato Sul-Mato-Grossense por falta de recursos.
Dentro de campo, o Galo foi eliminado nas primeiras fases da Copa Verde e da Copa do Brasil, após derrotas para Luverdense-MT e Criciúma. Em contrapartida, se recuperou no Campeonato Sul-Mato-Grossense e garantiu o título ao vencer o Ivinhema na final.
Na Série D do Campeonato Brasileiro, o time teve um primeiro turno irregular, com apenas uma vitória, dois empates e quatro derrotas. Após a goleada sofrida para a Inter de Limeira-SP, o técnico Leocir Dall’Astra deixou o comando e Raphael Pereira assumiu a equipe.
No returno, o desempenho melhorou, com duas vitórias, três empates e apenas uma derrota, para o Cascavel-PR. Mesmo assim, a equipe acabou eliminada ainda na fase de grupos. Antes do último jogo contra o Cianorte, no Estádio das Moreninhas, os atletas chegaram a paralisar os treinamentos para receber salários atrasados. Ainda assim, o Operário-MS fechou 2025 com o bicampeonato estadual e a melhor campanha de sua história em grupos de oito clubes na Série D.