Biógrafo de Messi: “No vestiário quem manda é ele, falando ou calado”; veja

A ideia de escrever a biografia nasceu ao observar Messi em um jogo no qual quem brilhou foi Ronaldinho Gaúcho, em novembro de 2005.

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Qual é o sentido de fazer uma biografia de alguém que mal completou 26 anos? Quando se fala em Lionel Andrés Messi, faz todo o sentido do mundo. Com essa idade, ele já enfrentou uma grave problema hormonal que o impedia de crescer, virou jogador do Barcelona com 14 anos, objeto de disputa judicial entre Nike e Adidas aos 16, quatro vezes ganhador da Bola de Ouro como melhor jogador do planeta, e hoje é quem manda e desmanda no time catalão.

É esta história que o escritor e jornalista italiano Luca Caioli conta no livro Messi: O garoto que virou lenda (L&PM Editores), que será lançado no Brasil no próximo dia 10 de dezembro. Caioli teve acesso privilegiado a familiares do craque argentino, e falou com jornalistas e ex-treinadores de Léo, como o holandês Frank Rijkaard, comandante na conquista da Liga dos Campeões de 2006.

A ideia de escrever a biografia nasceu ao observar Messi em um jogo no qual quem brilhou foi Ronaldinho Gaúcho, em novembro de 2005. "Foi o famoso jogo em que Ronaldinho marcou dois gols impressionantes e que o público do estádio Santiago Bernabéu se levantou e aplaudiu. Naquela partida, Messi jogava seu primeiro clássico e não chegou a marcar porque Casillas fez duas defesas admiráveis, mas demonstrou uma ousadia e uma alegria impressionantes para alguém tão jovem que estava ao lado de grandes jogadores como Deco, Ronaldinho e Etoo", lembra Caioli.

O talento que tanto entusiasmou Caioli também enfeitiçou Carlos Rexach, ex-jogador e ex-treinador do Barcelona responsável por descobrir Messi. "Já conversei muitas vezes com ele e ele me disse que qualquer um, mesmo que fosse um alienígena que tivesse acabado de chegar à Terra e não entendesse nada de futebol, teria se dado conta que aquele menino tinha algo de diferente dos outros", afirma Caioli.

No livro, Caioli conta como todo esse talento quase foi parar em "mãos inimigas". Hugo Tocalli, responsável pelas categorias de base da Argentina, recebeu um video-tape com os melhores momentos de Messi. Gostou do que viu, mas não ficou empolgado. Preferia vê-lo em ação. A primeira vez que a Federação Argentina de Futebol convocou Messi para dois amistosos, chegou ao ponto de escrever errado seu nome: mandou o pedido para um tal de "Mecci". Messi, com dois esses, recusou polidamente.

Também havia recusado, um ano antes, um pedido da federação espanhola, cujo técnico da seleção Sub-16, Ginéz Menéndez, o convidou a jogar pela Espanha. "Não, obrigado", foi a resposta. No futuro, é claro, acabaria aceitando jogar pela Argentina, e embora já tenha feito grandes jogos com a camisa da seleção, inclusive contra o arquirrival Brasil, seu desempenho ainda é questionado, ao contrário da unanimidade que é quando veste o uniforme do Barça.

A próxima chance de colocar isto à prova será na Copa do Mundo, ano que vem. Será a chance de se colocar também em um novo patamar como mito. Se hoje muitos já o consideram como sendo um jogador do mesmo nível de Maradona, como seria conquistando a Copa na casa do maior rival?

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"Se ele chegar a ganhar uma Copa do Mundo, ano que vem, no Brasil, no Maracanã, seria um novo deus, no mesmo nível de Maradona. Se bem que, para o argentino, ele poderia superar como jogador, mas nunca como personagem", diz Caioli. "Maradona, como disse Jorge Valdano (ex-jogador argentino), é um vulcão, sempre foi o líder da equipe, sempre falou de vários assuntos. É capaz de atacar desde a Fifa até George Bush, ou falar bem de Fidel Castro. É um personagem. Leo fala com a bola nos pés. Não é um personagem fora do campo."

Leo fala com a bola nos pés mas também tem capacidade de fazer prevalecer sua vontade quando quer. Embora não seja uma notícia confirmada, recentemente foi revelado que o jogador teria desafiado abertamente o técnico Pep Guardiola durante uma preleção. Caioli confirma, ao menos, o poder de Messi dentro do vestiário do Barça.

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