No Piauí, Santos usa Neymar para pagar “dívida” da época de Pelé

A história mencionada tem quase 42 anos

Neymar durante treino ontem | Reprodução
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"O Santos tem o nome sujo por aqui", diz um dirigente do Flamengo-PI, adversário do time do litoral hoje, às 22h, na estreia da primeira fase da Copa do Brasil. "Mas, com Neymar em campo, pode corrigir isso."

A história mencionada tem quase 42 anos. Ocorreu em novembro de 1971, época em que o Santos ainda era apresentado com o complemento "de Pelé" e ostentava o status de mais vitorioso do Brasil.

O então governador Alberto Tavares Silva, morto em 2009 e que dá nome ao palco do jogo desta noite, contratou o Santos para um amistoso contra o Flamengo-PI.

Pelo duelo, no estádio Lindolfo Monteiro --o Albertão seria construído em 1972 e inaugurado em 1973--, o Santos receberia 60 mil cruzeiros, cerca de R$ 54 mil hoje, atualizado pelo IPC-SP (Índice de Preços ao Consumidor).

O valor, no entanto, não foi pago ao Santos, o jogo não aconteceu e o time se despediu de Teresina como vilão --voltaria ao Estado outras duas vezes, já sem estrelas.

"Os mais velhos lembram, os mais novos talvez não conheçam e certamente no Sudeste essa história foi esquecida", diz o vice do Flamengo-PI, José Cardoso Miranda Filho, o mesmo que recorda o caso e cobra a "dívida".

"O combinado foi um jogo com a presença de Pelé em campo. A torcida esgotou os ingressos, havia muita expectativa, mas o Rei não apareceu. Sem ele, não houve acordo, e o nosso governador mandou o Santos embora."

O motivo que tirou Pelé do jogo. O camisa 10 sofreu um estiramento muscular durante um treino na Vila Belmiro, no dia do embarque para Teresina.

O Santos viajou sem o Rei sabendo que o jogo estava sob risco, mas apostou que o acordo seria revisto. Não deu.

"Foi uma grande decepção. Vieram ônibus de muitas cidades do Estado para acompanhar o jogo com o Pelé. O mesmo está acontecendo agora. Neymar é a novidade", afirmou.

A presença do camisa 11, o que na visão do Flamengo-PI quitaria a dívida histórica, foi responsável até pela escolha do palco do confronto.

Até aqui o time rubro-negro só atuara no Lindolfo Monteiro, restrito a 10 mil pessoas. O Albertão comporta três vezes mais.

Os cartolas exploram o fato de ser o primeiro jogo de Neymar no Piauí. Ontem, ele já foi tietado, mas amenizou o clima. "Não estamos aqui para dar show", disse o craque, que, com essa declaração, parece ter lido os pensamentos dos flamenguistas.

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