No Morumbi, Choque-Rei vale liderança, tabu e autoestima

São Paulo encerrou maldição dos clássicos vencendo a Portuguesa

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O segundo clássico de 2011 para São Paulo e Palmeiras ainda não vale nenhum título e, ainda assim, carrega uma grande importância para a sequência da temporada. Neste domingo, às 16h, o jogo terá inicialmente o peso na definição da liderança do Campeonato Paulista - conquistada provisoriamente pelo Corinthians no sábado - e em um tabu de praticamente nove anos. Mas ao torcedor, o principal é inflar o respeito próprio das duas agremiações, questionadas desde o ano passado em confrontos contra os outros grandes do estado.

"É claro que cada clássico apresenta uma particularidade, mas trata-se de um jogo em que teremos a noção do estágio das equipes, do que podem apresentar no futuro", define o técnico do Palmeiras, o experiente Luiz Felipe Scolari.

No primeiro desafio de peso em 2011, os dois times fracassaram. Diante do Corinthians, o Palmeiras dominou amplamente as ações, criou uma série de chances e não soube balançar as redes. O resultado: deixou o Pacaembu envergonhado na derrota diante de um adversário que vinha abalado pela eliminação na Libertadores.

"Em clássico, o que aconteceu lá atrás não conta. Em cada jogo, há uma história diferente, a motivação é diferente, não tem cansaço. Estamos preparados para demonstrar um grande futebol", despista o meia Valdívia, minimizando o recente revés contra o Corinthians.

No São Paulo, o primeiro clássico reservou uma derrota para o Santos, em Barueri. O tropeço fez o clube tricolor ser assombrado pelo fantasma do péssimo retrospecto que teve contra rivais no Paulista do ano passado, quando não venceu um grande oponente sequer.

"Fomos muito mal no ano passado, perdemos muito. E isso não pode acontecer com o São Paulo. Temos certeza de que vai ser um grande teste e esperamos conquistar uma boa vitória", avalia o atacante Dagoberto, comandante do ataque são-paulino, com as ajudas de Lucas e Fernandinho.

Nos outros ingredientes que envolvem o jogo, o Palmeiras pode levar o maior prejuízo na questão da classificação, já que começou a rodada na liderança, com 20 pontos, e agora observa o Corinthians na sua frente depois da vitória contra o Grêmio Prudente. O São Paulo tem 18 e procura manter a ascensão no torneio depois dos triunfos diante de Portuguesa e Bragantino.

Antes do clássico, a ordem no Palmeiras é minimizar a chance de ficar atrás dos rivais. "É sempre bom estar na liderança, significa que você é o melhor, mas no mata-mata do Paulistão pode não fazer tanta diferença. Agora, ganhar o clássico é importante, vai ser bom para nosso grupo e para o torcedor, nossa confiança vai aumentar", pondera o meia Valdívia.

Na questão do tabu, a vantagem está com o São Paulo. Desde 2002, no jogo conhecido pelo gol de Alex após dois chapéus, o clube tricolor carrega uma sequência de 16 partidas sem perder para o Palmeiras no Morumbi. "Esse tabu incomoda para nós jogadores e ainda mais para os torcedores", reconhece Valdívia.

Mas, pelos lados do São Paulo, o respeito é total pelo adversário. O técnico Paulo César Carpegiani aponta para o risco de se acomodar com a boa sequência diante do rival, mas sem deixar de admitir a vontade de ampliar os números positivos.

"Tabu é muito bonito para escrever a história, mas está aí para ser quebrado. Oxalá que permaneça. Estamos diante da ótima equipe do Palmeiras, mas vamos tentar não deixá-los quebrar", pondera.

Na escalação, o Palmeiras pode continuar ofensivo - com a possibilidade de Adriano no ataque - e apresenta novidades em relação à recente vitória sobre o Comercial, do Piauí, na estreia da Copa do Brasil. O zagueiro Thiago Heleno, o volante Marcos Assunção e o atacante Luan foram poupados da viagem a Teresina e estão à disposição. Outra boa notícia deve ser a volta do goleiro Deola. A maior surpresa é a ausência de Maurício Ramos até do banco de reservas por opção técnica.

Já o São Paulo, que realizou treino secreto na semana do clássico, considerava somente uma novidade: o retorno do ex-palmeirense Rivaldo. Com a entrada do pentacampeão, Carpegiani planeja tirar Casemiro do time. Mas a mudança ainda gera dúvida no comandante, que só confirmará a escalação momentos antes de a bola rolar. Do lado do Morumbi, ainda houve um susto de última hora: Rogério Ceni, com dores nas costas, é dúvida e pode ceder o lugar a Denis.

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