Ele não fez gol como no jogo de ida, tampouco teve atuação brilhante, mas acabou tão citado quanto Lionel Messi, autor de um "hat-trick" e uma assistência, depois da vitória do Barcelona sobre o Real Madrid por 4 a 3, no estádio Santiago Bernabéu, no último domingo. Neymar ficou no centro da discussão entre catalães e merengues a respeito dos erros e acertos do árbitro Undiano Mallenco por causa do pênalti que sofreu de Sergio Ramos, o segundo dos três marcados na partida, determinante para o novo empate dos visitantes antes da virada final. Autor da falta e expulso no lance, o zagueiro ficou revoltado depois de tomar o 19º cartão vermelho pelo time.
- Neymar arrancou impedido e buscou o contato comigo. Eu freei porque preferia que empatasse do que deixar a equipe com dez. Esperemos que Undiano não apite mais jogos nossos, porque coincidentemente sempre acontecem essas coisas, no Camp Nou e aqui. Não toquei no Neymar - afirmou Sergio Ramos ao jornal "AS" na zona mista depois da partida, dizendo que o clube vai recorrer para que não seja suspenso e possa jogar na quarta-feira, contra o Sevilla, pela 30ª rodada do Campeonato Espanhol.
Acusado de se jogar na área, o brasileiro foi defendido pelo técnico Tata Martino.
- O que me parece mais claro é o pênalti do Ramos no Neymar. Esse, não admite discussão. Os outros dois aconteceram muito longe de mim - afirmou Tata.
Diretor de relações institucionais do Real Madrid, o ex-jogador Emilio Butragueño foi mais cauteloso ao analisar o lance de Neymar.
- O pênalti de Sergio Ramos foi muito rigoroso - afirmou ao jornal "Marca".
E houve quem enxergasse até inversão de falta no lance.
- O pênalti no Neymar não existiu. Foi falta do Neymar, que deixou a perna atrás. Acho que o árbitro foi avisado que o pênalti de Cristiano Ronaldo foi fora da área e quis compensar, apitando um pênalti que não houve - afirmou o ex-jogador mexicano Hugo Sánchez, ídolo do Real, na rede de televisão "Bein Sports".
O primeiro pênalti da partida, marcado em falta de Daniel Alves claramente fora da área em Cristiano Ronaldo, foi usado também para defender Neymar.
- Que não se queixem, porque meu pênalti não foi. Disseram para mim por mensagem. Houve o contato, mas foi fora da área. É preciso decidir em décimos de segundo. Não gostamos de nos queixar, ainda que às vezes prejudique. Esse debate é bom para os meios de comunicação - afirmou Daniel Alves.Xavi foi sincero e achou que não houve erro do árbitro na partida.
- Para mim, no campo, pareceu que todos foram pênaltis, incluindo o de Daniel Alves no Cristiano Ronaldo - afirmou Xavi ao jornal "Marca".
Ainda que o último pênalti tenha determinado a vitória do Barcelona, o treinador Carlo Ancelotti, do Real Madrid, foi quem resumiu o peso do lance com Neymar e Sergio Ramos para o resultado do clássico.
- Não comentarei as decisões do árbitro. A jogada-chave foi o pênalti no Neymar. O Real controlava a partida e mudou - afirmou Ancelotti em entrevista coletiva.
Diante de tanta polêmica, o jornal "Mundo Deportivo", de Barcelona, fez um levantamento que mostra que é apenas a segunda vez que a arbitragem marca dois pênaltis contra o Real no Santiago Bernabéu em toda a história do Campeonato Espanhol. A primeira vez foi apenas na atual temporada, na 11ª rodada, contra o Sevilla, depois de 1.310 partidas pela competição, lembrando que, assim como no último domingo, outro também foi dado para os merengues. Segundo o diário, o clube da capital tem o recorde da Liga por ficar 147 jogos consecutivos sem uma penalidade máxima contrária. O que mais chegou perto da marca foi o Atlético de Madrid, em 1972, com 63 seguidos.