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Morre ex-presidente da CBF, José Maria Marín, aos 93 anos

Advogado e político, Marin comandou a CBF e foi condenado por corrupção

José Maria Marin era o presidente da CBF na Copa do Mundo de 2014 no Brasil | Foto: Ricardo Stuckert / CBF
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Faleceu na madrugada deste domingo (20), em São Paulo, José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aos 93 anos. O velório está marcado para ocorrer ainda neste domingo, na capital paulista.

Marin teve uma trajetória marcada por passagens tanto pela política quanto pelo futebol. Advogado de formação, foi vereador e deputado estadual por São Paulo nas décadas de 1960 e 1970. Na década seguinte, ocupou o cargo de vice-governador durante a gestão de Paulo Maluf e chegou a assumir interinamente o governo paulista em 1982, durante o período da ditadura militar.

No comando do futebol

Entre 1982 e 1988, Marin presidiu a Federação Paulista de Futebol e liderou a delegação brasileira na Copa do Mundo de 1986, no México. Já em 2012, assumiu a presidência da CBF após a renúncia de Ricardo Teixeira, permanecendo no cargo até 2015, quando foi sucedido por Marco Polo del Nero.

Durante sua gestão, em 2014, foi inaugurada a sede da CBF no Rio de Janeiro, que chegou a levar seu nome na fachada. No entanto, após o escândalo de corrupção que o envolveu, o nome foi removido do edifício, hoje chamado apenas de “Casa do Futebol Brasileiro”.

Prisão e condenação nos EUA

Em 2015, Marin foi preso na Suíça durante uma operação do FBI que investigava corrupção no alto escalão do futebol mundial, como parte do escândalo conhecido como "FIFA Gate". Foi extraditado para os Estados Unidos, onde acabou julgado e condenado. Em meio à pandemia de Covid-19, foi libertado e retornou ao Brasil em 2020.

A polêmica da medalha

Um episódio marcante de sua carreira aconteceu em 2012, quando foi flagrado colocando no bolso uma medalha durante a premiação do Corinthians, campeão da Copa São Paulo de Juniores. Na época, a FPF afirmou que a medalha havia sido uma cortesia, mas um dos goleiros do time, Matheus, ficou sem receber o prêmio no evento. A repercussão foi imediata e marcou negativamente a imagem do dirigente.

"Foi uma verdadeira piada. Enrolei e guardei. Se eu ponho no pescoço, iriam falar: ‘Esse cara não disputou [a final] e não é dirigente do Corinthians nem do Fluminense’", justificou Marin na ocasião.

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