O São Paulo nem precisou receber uma intimação para evitar novos problemas com a Taça das Bolinhas. Ao acompanhar pela imprensa que a Justiça do Rio de Janeiro deu aval até para uso de força policial para a retirada do troféu do Morumbi, o departamento jurídico do clube se antecipou e já devolveu a peça à Caixa Econômica Federal.
"Hoje mesmo eu devolvi na sede da Caixa Econômica Federal na Avenida Paulista, na hora do almoço", contou o diretor jurídico do clube, Kalil Rocha Abdalla..
O despacho que liberava força policial para entrar no estádio são-paulino em busca da Taça das Bolinha foi feito na quinta através da 50ª Vara Cível do Estado. Diante da pressão, o São Paulo quis impedir maiores complicações com o troféu.
"Não recebi a intimação, mas vi iam chegar com um mandado de busca e apreensão. Então, decidimos devolver", completou Kalil Rocha Abdalla, avisando, contudo, que o clube continuará brigando judicialmente para ficar com a Taça das Bolinhas.
Criada pela CBF para homenagear os clubes campeões do Brasileiro, a Taça das Bolinhas seria entregue definitivamente ao primeiro time que conquistasse o campeonato por cinco vezes ou em três consecutivas. No entanto, a posse do troféu foi envolvida em uma grande polêmica depois do título nacional do Flamengo em 1992.
Os rubro-negros clamam na entidade máxima do futebol brasileiro o primeiro pentacampeonato brasileiro, somando a conquista do título de 1987. A disputa do torneio deste ano levou a um quadrangular final, que seria disputado entre Flamengo, Internacional, Guarani e Sport. Entretanto, gaúchos e cariocas se recusaram a brigar pela unificação da competição e a CBF, na época, considerou o Sport campeão legítimo do torneio.
Envolto neste conturbado panorama, o São Paulo foi declarado pela CBF o legítimo dono da Taça das Bolinhas ao ser pentacampeão em 2008. A decisão da entidade gerou a revolta do Flamengo, que passou a clamar a sua posse na Justiça desde então. A intensa disputa entre os clubes nos bastidores fez com que uma possível duplicação da taça fosse cogitada pelos envolvidos, mas nenhuma decisão oficial foi tomada pelas partes.