A atleta Isabel Cristina Soares, de 19 anos, é destaque em nível nacional e internacional no esporte que escolheu: o jiu-jítsu. Bel – como prefere ser chamada – é moradora do bairro Dirceu, zona Sudeste de Teresina, e leva com orgulho o nome da região que a fez batalhadora, persistente, talentosa e com foco em seus objetivos. No esporte, inúmeras medalhas conquistadas, além do respeito por sua vocação natural ao jiu-jítsu.
Recém-chegada do Pará, onde competiu no Pan-ame-ricano como adulto na categoria leve/até 64 kg, Bel traz no peito a medalha de prata que conquistou na disputa. Para ela, o que tirou o ouro do pescoço foi o nervosismo: “Foi um nível bom, uma nova experiência e um novo desafio. A gente ainda acaba sentindo um pouco de nervosismo, o que acaba prejudicando. Acho que foi isso que me prejudicou na final, e acabei perdendo o primeiro lugar pela ansiedade”, declara a atleta.
Mas para além do nervosismo, Bel agora vislumbra um voo mais alto. Agora o foco é o Argentina Open, que ocorre nos dias 7, 8 e 9 de novembro deste ano. “A expectativa tem que ser sempre boa. Quero fazer o que eu não fiz no Pan-americano. Ter uma boa luta, manter a calma, e, principalmente, ter foco. Nessa eu vou pra ganhar, quero o primeiro lugar. Prometo que vou superar os meus limites”, garante a atleta.
Com o jiu-jítsu, Bel quer reconhecimento e admiração das pessoas que a inspiram para seguir adiante: “Meu sonho é ser reconhecida no meu Estado, principalmente no meu bairro. O Dirceu é muito grande, é quase outra cidade. Lá é um segundo centro, então, pra mim, ser reconhecida lá dentro já é um grande mérito”, afirma.
Além da recente conquista, Bel coleciona medalha, sendo que as principais são as que representam as conquistas mundiais da campeã: um ouro – conquistado em 2009, quando ainda era faixa amarela – e três medalhas de prata, conquistadas nos mundiais de 2010, 2011 e 2012. Contando com as competições nacionais e regionais, Isabel possui mais de 25 medalhas: “Eu já perdi as contas, só chego em casa e coloco lá”, brinca Bel.
Dificuldades
Assim como grande parte dos atletas de esporte amador do Piauí, Isabel Soares vive as dificuldades de conseguir patrocínio, passagens e inscrição para o campeonato em que ela deve competir em novembro, na Argentina.
Segundo o professor Fábio Augusto Andrade, que é o treinador de Bel, é um caminho difícil: “O Governo do Estado fechou as portas pra gente. Disseram que não iam nos patrocinar porque é muito caro”, afirma.
Mas a mãe de Bel, dona Letícia Soares, não se deu por vencida. Ela diz que vai bater as portas dos órgãos públicos mais uma vez para que não só Bel, mas também os outros dois atletas piauienses que precisam ir à competição possam participar: “Vou tentar conseguir três passagens para a Argetina”, ressalta.
Bel quer criar projeto social
Além de focada no esporte, Isabel Soares também tem uma profunda preocupação social. Ela planeja levar à frente um projeto de inclusão social no bairro Dirceu, que busca ensinar técnicas do jiu-jítsu a mulheres em situação de risco como técnica de autodefesa: “Eu vou ter o meu centro de treinamento focado em crianças e mulheres em situação de risco.
A minha preocupação maior é com elas porque os índices de violência contra a mulher são muito grandes. Lá, quero formar grandes atletas, campeãs e vencedoras, mas o foco é ensiná-las a se defender dos perigos das ruas”, explica Bel.
A atleta também planeja manter outro centro de treinamento focado em pessoas com problemas de drogadição, mostrando o esporte como um caminho mais vantajoso em relação às drogas: “Vou começar agora um novo projeto focado em pessoas com dependência química”, relata a atleta Isabel Soares.
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