Crise e luta contra o rebaixamento eram temas evitados e combatidos dentro do São Paulo até a semana passada, quando o clube foi sacudido por um protesto violento de torcedores que invadiram o CT da Barra Funda e chegaram até a agredir alguns jogadores. No dia seguinte, um novo tropeço no Morumbi. Se tornou inevitável. Logo após o empate sem gols com o Coritiba, Ricardo Gomes admitiu o clima tenso e os atletas se renderam à realidade do clube ter de lutar para não entrar na zona da degola.
Com isso, veio primeiro a decisão de isolar todo o grupo. Os treinos têm sido feitos à portas fechadas e nem mesmo as famosas e rotineiras entrevistas coletivas foram autorizadas. Dirigentes, comissão técnica e atletas ainda fizeram um pacto de silêncio para que ninguém atendesse a imprensa nesse período, mesmo que por telefone. Todas as informações internas do clube estão sendo emitidas apenas via assessoria de imprensa.
Mas, nos bastidores, a movimentação tem sido frenética. Apesar de relutar em admitir em público, a cúpula tricolor sabe que os quatro pontos que separam o time da zona de rebaixamento são perigosos, principalmente às vésperas de um clássico contra o líder Palmeiras, na casa do rival. Por isso, o presidente Leco ainda busca por reforços.
As opções são poucas. Com a janela de transferências internacionais fechada, o São Paulo precisa procurar no mercado interno, e mesmo assim com restrições. Da Série A, apenas jogadores que não fizeram sete partidas por outros clubes é que podem ser comercializados. A alternativa é buscar atletas que disputem outras divisões e, por isso, nenhum nome oferecido até agora empolgou. Dátalo, Luan, ambos do Atlético-MG, e Rildo, do arquirrival Corinthians, são alguns dos jogadores citados.
O São Paulo tem até o dia 16 de setembro para fechar seu grupo, data limite imposta pela CBF. Até por isso, o clube tenta ser cauteloso para não fazer a aposta errada. O que é certo é que a necessidade de reforços se tornou consenso e o receio por um fim de temporada dramático atormenta a consciência dos são-paulinos. Já são cinco jogos consecutivos sem vitória no Morumbi, 18 pontos perdidos em casa ao todo. O time venceu só uma das últimas nove partidas que disputou.