O Estadão Esporte Clube conversou com o Dr. Moisés Cohen, diretor médico da Federação Paulista de Futebol (FPF), sobre as decisões tomadas pela entidade em meio ao crescente número de casos do novo coronavírus, denominado como COVID-19, em São Paulo. Informações dos site Terra
Na última segunda-feira (16), a FPF suspendeu, por tempo indeterminado, o Campeonato Paulista. Cohen afirmou que a decisão segue medidas preventivas do Ministério da Saúde e que foi pensada com o intuito de amenizar a taxa de pico da doença."Nossa conduta foi sempre seguir rigorosamente o que o Ministério da Saúde determina. É ele quem consegue acompanhar os números e a velocidade da disseminação."
O médico ressaltou que os países que enfrentam, ou enfrentaram, o ápice de contágio do novo coronavírus devem ser tidos como exemplo para a tomada decisões no Brasil.
"Temos uma história natural do que acontecerá aqui [tendo em vista o que já aconteceu nos outros países], com um aspecto de que não temos evidências de como esse vírus irá se comportar num país tropical. Temos que pensar naquilo que é fato e é em cima disso que estamos tomando conduta", disse.
Cohen ainda alertou que o motivo principal para a suspensão do Campeonato Paulista não gira entorno dos jogadores, mas sim, as consequências geradas em cadeia por uma partida de futebol.
"O problema não é o atleta propriamente dito. Se ele contrair coronavírus é provável que ele tenha um processo gripal corriqueiro. Contudo, o indivíduo [que vence a partida] vai comemorar o resultado, vai numa balada, vai num bar fechado, vai dar um beijo em seus avós, nos pais e, assim, ele irá se tornar um vetor, um disseminador do coronavírus. O problema não é o jogo, o que nos preocupa, é o entorno", revelou.
Apesar das recomendações dos órgãos estaduais e federais, não foram todas as federações futebolísticas que suspenderam seus campeonatos. Até o momento, sete entidades regionais estão com o calendário mantido e com a presença de torcidas nos jogos, são elas: Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins. Cohen acredita que manter o calendário, nesse momento, é um ato de inconsequência.
"Esses lugares que estão mantendo campeonatos estão sendo no mínimo inconsequentes. O momento ruim não chegou ainda. Essa é a hora de cada um parar, ir para sua casa e ficar quieto. Daqui a 15, 20 dias é esperado o pico do coronavírus no nosso meio. Esses Estados precisam parar também, para que a conta não chegue mais cara consequentemente", alertou o médico.
Além do Paulista,também estão suspensos os campeonatos Mineiro, Carioca e Gaúcho. A nível nacional, A CBF paralisou por tempo indeterminado todas as competições que organiza e que estavam em andamento, são elas: Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro Feminino A1 e A2, Campeonato Brasileiro Sub-17 e Copa do Brasil Sub-20.