O desempenho do judô brasileiro nas Olimpíadas de Londres foi o melhor da história. Com uma medalha de ouro, conquistada por Sarah Menezes, e três de bronze, trazidas por Felipe Kitadai, Mayra Aguiar e Rafael Silva, a modalidade se firmou como um dois maiores destaques do país nos Jogos. Já é o suficiente? Não na opinião dos medalhistas, que confiam no esporte como líder em premiações daqui a quatro anos, no Rio de Janeiro.
? A gente procura sempre melhorar. O resultado de 2012 foi bom para o Brasil no judô, e 2016 tende a ser melhor. Vamos acertar detalhes, tem muita coisa pela frente, mas o judô brasileiro vem como carro-chefe de medalhas ? afirmou Rafael, primeiro atleta do país na história a conquistar um pódio olímpico na categoria dos pesados (acima de 100kg).
Ainda curtindo a fama conquistada após o sucesso em Londres, os quatro judocas participaram de uma tarde de autógrafos em um shopping na zona sul de São Paulo, ao lado dos treinadores Luiz Shinohara e Rosicleia Campos, além do coordenador técnico da seleção, Ney Wilson. Próximos dos fãs, os atletas posaram para fotos e até jogaram Street Fighter, famoso game de luta, entre si e com o público mirim, em televisão instalada no local.
Satisfeitos com o projeto desenvolvido pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ), os medalhistas acreditam que, se a entidade mantiver o trabalho desenvolvido antes de Londres 2012, a modalidade será novamente destaque nos próximos Jogos. Consciente de que já está na história do esporte nacional, Sarah Menezes, de 22 anos, se mostrou bastante otimista.
? Eu acredito que o planejamento vai ser igual ao desse ciclo olímpico. A Confederação vai indicar as competições para os atletas participarem, com muito treinamento de campo, para aproveitarmos bem esses anos. Acho que em 2016 nós vamos conseguir um resultado brilhante. O Brasil todo vai estar torcendo pela gente ? disse.
Bronze na categoria ligeiro (até 60kg), Felipe Kitadai exaltou a estrutura proporcionada aos judocas da delegação nestas Olimpíadas. Na visão do brasileiro, o preparo foi além do que se esperava e não faltou nada para eles em Londres, desde a parte física até a psicológica.
? Estão fazendo tanta coisa que já superou minha imaginação. Se eu, como atleta, puder ajudar em alguma coisa, estou à disposição e vou ajudar. O trabalho do judô foi muito completo, trouxeram uma equipe multidisciplinar, tinha psicólogo, massagista, fisioterapeuta, tudo que um atleta precisa. O profissionalismo foi o grande diferencial ? afirmou.
A evolução do judô do Brasil ao longo dos anos é notável. Nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996, de Sydney, em 2000, e de Atenas, em 2004, foram duas medalhas de bronze. Já em Pequim 2008, o número subiu para três, com Leandro Guilheiro repetindo o desempenho dos Jogos anteriores na categoria até 73kg. A juventude da atual e recordista equipe é o que mais anima a CBJ: Sarah (22 anos), Felipe (23 anos), Mayra (21 anos) e Rafael (25 anos).