Kylian Mbappé abriu uma ofensiva jurídica contra o Paris Saint-Germain, seu ex-clube, em busca do pagamento de 55 milhões de euros (cerca de R$ 359 milhões) referentes a salários e bônus previstos em seu contrato. O jogador, agora no Real Madrid, não apenas exige os valores atrasados, como também solicitou à UEFA que suspenda a licença do PSG para disputar a próxima edição da Liga dos Campeões, alegando inadimplência do clube com obrigações salariais.
Salários atrasados e bônus não pagos
A ofensiva de Mbappé foi anunciada por sua advogada, Delphine Verheyden, durante uma coletiva em Paris, na última quinta-feira (10). Segundo ela, os processos que correm nas esferas civil, trabalhista e penal, foram motivados pelo não cumprimento de decisões anteriores da Liga de Futebol Profissional da França (LFP), que havia determinado ao PSG que quitasse os débitos com o jogador.
O valor exigido diz respeito a três meses de salários (18,7 milhões de euros) e ao terço final de um bônus de assinatura (36,6 milhões de euros) que deveria ter sido pago em fevereiro. Como o pagamento não foi efetuado, Mbappé conseguiu, por decisão do tribunal judicial de Paris, o bloqueio imediato dessa quantia nas contas bancárias do clube.
Disputa vai parar na UEFA
Além do processo financeiro, os representantes do jogador acionaram a UEFA. A alegação é baseada em um artigo do regulamento que impede a concessão de licença para participação em competições europeias a clubes que estejam inadimplentes com seus jogadores. A advogada de Mbappé já teria se reunido com dirigentes da entidade pedindo a suspensão da licença do PSG para a próxima edição da Champions.
O PSG, por sua vez, sustenta que os 55 milhões não foram pagos porque houve um acordo verbal, feito em agosto de 2023, no qual Mbappé teria se comprometido a abrir mão do valor, em troca de sua reintegração ao elenco. O jogador nega que tal acordo tenha validade jurídica.
Queixa por assédio moral
A disputa entre Mbappé e PSG vai além das cifras. O jogador de 26 anos decidiu se juntar a uma ação movida pela União Nacional dos Futebolistas Profissionais (UNFP), sindicato dos jogadores na França, por assédio moral. A entidade contesta a prática do chamado loft, quando jogadores são afastados do grupo principal de forma forçada, situação que Mbappé enfrentou durante seu último ano no clube.
Uma audiência de orientação sobre o caso está marcada para o dia 26 de maio. A decisão final sobre o mérito do processo deve sair nos próximos meses. Até lá, a guerra entre Mbappé e o PSG promete repercussão dentro e fora dos tribunais, e talvez até nas competições continentais.