As notícias são positivas, a torcida é intensa, mas não se deve esperar um retorno rápido de Felipe Massa às pistas. Segundo o médico da FIA, Gary Hatstein, que o atendeu na pista, o tempo de recuperação nestes casos leva semanas ou até meses. Seis semanas seria o prazo mínimo para pilotos que sofrem edema do cérebro e perda da consciência.
O edema é a preocupação dos médicos. Num traumatismo como esse, o cérebro incha e, em casos muito graves - como o de Cristiano da Matta, que atropelou um cervo em Elkhart Lake, na F-Indy, há três anos - é preciso uma cirurgia para retirar o osso de cima do crânio e aliviar a pressão.
O edema de Felipe é bem leve, segundo o seu médico, Dino Altmann, e já regrediu. Mas as próximas 24 horas ainda são críticas, por isso a precaução dos médicos húngaros em mencionar o risco de vida.
Massa está num hospital militar, onde as informações são mais restritas. O cirurgião que operou o piloto, Lajos Zsiros, tem transmitido otimismo à família. O chefe do hospital, Peter Bazso, é mais cauteloso. Ele relatou num comunicado que Massa sofreu uma segunda fratura, na base do crânio, além daquela na testa, que necessitou de cirurgia para retirada de fragmentos ósseos. Mas o Dr. Altmann e a família do piloto negam.
Massa sairá do coma induzido se as próximas tomografias indicarem a regressão do edema. A partir daí, começará uma longa recuperação. Há pequeno risco de que a visão, a fala, e até as funções cognitiva e motoras sejam afetadas - lesões temporárias são comuns. Por isso, a palavra de ordem será: paciência.
São raros os casos de pilotos que voltam logo a andar no nível de antes. Piquet confessou que ficou meio segundo mais lento após a batida na Tamburello, 1987, e só se recuperou em seis meses. Com Berger foi pior: ele nunca mais foi tão rápido depois que sua Ferrari virou uma bola de fogo, na mesma curva, dois anos depois. Ímola virou um trauma também para Barrichello, que passou a ser superado por Irvine na Jordan em 1994.
Massa está acostumado a vencer todos os desafios. Esse será o maior de todos, mas espero - e confio - que ele vai conseguir outra vez.