De morna durante algumas décadas, a rivalidade entre Fluminense e Botafogo, que se encontram neste sábado, às 18h (de Brasília), no Engenhão, tem trazido uma pitada a mais de imprevisibilidade aos clássicos recentes. Separados por seis pontos na tabela do Brasileirão, além de encerrar uma sequência de cinco empates em seis jogos pela competição, os times têm a missão de afastar o rótulo de duelo mais nervoso e violento do Rio para fecharem o primeiro turno com uma partida sem expulsões, o que só ocorreu uma vez nas últimas cinco tentativas.
Na parte técnica e nos esquemas táticos, os treinadores acreditam em uma disputa aberta, de alto nível para o público que for ao estádio. É o sistema nervoso, porém, que tem calçado as chuteiras para tumultuar o Clássico Vovô, o mais antigo do futebol nacional, com 106 anos. Nada menos do que 44 cartões amarelos foram distribuídos de 2010 para cá, média de 8,8 por jogo. Além disso, saíram oito vermelhos, 1,6 aproximadamente a cada cruzamento.
Para se ter uma ideia, Botafogo x Flamengo está logo atrás no comparativo, com 39 advertências e apenas três expulsões. O badalado Flamengo x Vasco, que sucederá a partida desta noite como a atração do domingo, nem sequer se aproxima em cartões vermelhos, com cinco. E, mesmo com as costumeiras faíscas em campo e nas arquibancadas, conta "só" com 37 amarelos. Sinal de que o duelo para saber quem tem a terceira maior torcida do Estado e as polêmicas negociações atravessadas têm se refletido perigosamente no comportamento dos artistas do espetáculo.