O craque Manoel Tobias, maior ídolo do futsal brasileiro, deu uma verdadeira aula de como conseguir chegar ao sucesso na carreira. Durante uma palestra ministrada na manhã de ontem em Teresina, ele exibiu um vídeo ? ?um sonho de um garoto pobre?, mostrando suas origens e que saiu da periferia de Salgueiro, interior pernambucano, para despontar para o mundo.
A convite da Fundação dos Esportes do Piauí (Fundespi) para participar do evento, que fez parte da programação de lançamento do Cajuína Esporte Clube, Manoel Tobias deu dicas importantes para o Estado do Piauí que busca o resgate de alguns esportes, em especial, o futsal.
Tobias relembrou que na década de 90, apesar das dificuldades, o futsal piauiense viveu momento de glória com o Clube Atlético Ônix, equipe responsável pela revelação do ala Clemilton que aos 17 anos se transferiu para São Paulo onde conseguiu se projetar para o futsal europeu.
?Quero agradecer o convite da Fundespi e dizer que o futsal piauiense na década de 90 era forte, era uma ex-pressão da região Nordeste. O Clemilton é de uma geração de expoente e faz parte do novo projeto do Cajuína. Fico na torcida e me ponho à disposição para tentar contribuir pelo resgate, não só do futsal que é a modalidade que eu pratiquei, mas pelo esporte piauiense em geral?.
A história do menino pobre que sonhava em chegar à seleção brasileira começou em 1984, em uma escola chamada de Barros de Carvalho, foi de lá em uma quadra esburacada que ele iniciou, aos 13 anos, a busca de um sonho de chegar à seleção, concretizado quatro anos depois. O professor Ivaldir Pacheco montou a seleção para disputar o Campeonato Pernambucano e ele foi selecionado. Com isso, veio a oportunidade de mostrar o talento que tinha para todo o Estado e depois para o mundo.
?O professor foi meu anjo da guarda, meu orientador e ainda tive o privilégio de em Recife ter o time do Votorantim, me deu a oportunidade de ser reconhecido em nível de Nordeste e de praticar o futsal de forma profissional. Em 1990 este time foi vice-campeão brasileiro, daí fui convocado para a seleção pela primeira vez, onde passei 14 anos e fui três vezes o melhor do mundo?, conta Tobias.
Há quatro anos Manoel Tobias pendurou o tênis, mas foi taxativo ao afirmar que teve que suar a camisa para se manter no topo entre os melhores. ?Não acredito em nada fácil, construí a história com dedicação, conservando bons exemplos e traçando meus objetivos. Foi fácil chegar à seleção, difícil foi me manter, ser melhor do mundo foi fácil, mas ser outra vez foi o difícil?, conclui.