Criticado pela torcida na vitória do Brasil por 1 a 0 sobre a África do Sul na última sexta-feira, Neymar atua neste momento da temporada perto do limite físico. Esta é a avaliação do técnico Mano Menezes, que diz entender que o "melhor jogador do país" merece um tratamento especial, quem sabe até uma revisão de seu projeto de carreira, em debate que pode unir interesse de seleção e Santos.
Neymar enfrenta temporada de exigência em várias frentes, em missões com o Santos e em convocações seguidas para defender as seleções principal e olímpica do Brasil. Hoje, o atacante de 20 anos não vive o melhor de seu nível técnico, em uma conquência física que parece óbvia em razão da maratona de compromissos esportivos, além de viagens.
"Se vocês lembrarem contra a Bósnia, em fevereiro, abordamos essa questão. Tinha sentido um jogador no final do jogo muito desgastado. O acúmulo físico que aconteceu com ele nos últimos anos é muito grande. Ele se transformou numa imagem, dentro e fora de campo, por tudo que conquistou. Mas jogador não é uma máquina", declarou Mano após a vitória por 1 a 0 sobre os sul-africanos no Morumbi.
"Temos que abordar isso com maturidade [sobre a conversa entre seleção e Santos sobre o atacante]. Ele é um dos melhores jogadores do país, se não for o melhor. Não podemos ver o melhor jogador brasileiro ser tratado como foi hoje", acrescentou o treinador, em referência às vaias da torcida paulista durante o amistoso no Morumbi.
Depois de uma atuação sem brilho, Neymar deixou o campo contra a África do Sul nos minutos finais e ouviu protestos vindos das arquibancadas do Morumbi. Mano Menezes relatou que tirou o santista da partida para poupar seu estado físico, mas assegurou sua presença no amistoso com a China na segunda-feira em Recife.
"Todo mundo sabe, ele teve um problema gástrico no Santos, se apresentou à seleção desgastado, 2 kg mais magro. Tirei ele para preservá-lo. Mas ele estará em campo contra a China para nos ajudar", afirmou.
Na última sexta em São Paulo, Neymar completou 21 partidas pela seleção principal do país. O atacante do Santos é um dos atletas que mais entreram em campo nos últimos dois anos, na gestão de Mano à frente da equipe nacional.