O Manchester City está muito preocupado com o risco de não poder jogar a Liga dos Campeões da Europa. Investigado sobre suposto desrespeito ao fair play financeiro imposto pela Uefa e fraudes fiscais em balanços anuais, a direção do time inglês resolveu se antecipar a qualquer problema e entrou com uma apelação contra a entidade na CAS (Corte Arbitral do Esporte, na sigla em inglês) para tentar não ser excluído da principal competição de clubes do continente.
"Registramos um pedido do Manchester City contra decisões da Comissão de Controle Financeiro dos Clubes da Uefa por alegado descumprimento do licenciamento e violação das regras de fair-play financeiro", confirmou a CAS, que tem sede em Lausanne, na Suíça, em um comunicado oficial emitido nesta quinta-feira. O tribunal informou ainda que vai iniciar a apreciação do pedido com a formação de um painel, mas não confirmou qualquer data para anunciar uma decisão.
O atual bicampeão do Campeonato Inglês, que nesta temporada também conquistou os títulos da Copa da Inglaterra e da Copa da Liga Inglesa, já teve problemas por desrespeito ao fair-play financeiro, mas não aceita que as atuais acusações devam ser analisadas e julgadas pela Comissão de Controle Financeiro da Uefa.
A investigação começou após o jornal alemão Der Spiegel ter publicado uma série de troca de comunicação interna e documentos do clube, segundo os quais o Manchester City estaria enganando a Uefa há vários anos apresentando contas supervalorizadas para esconder os prejuízos e cumprir com os regulamentos que limitam gastos com transferências e salários.
O painel de investigadores da Uefa, que é chefiado pelo ex-ministro da Bélgica Yves Leterme, deve propor que o Manchester City seja banido da Liga dos Campeões por ao menos uma temporada. No entanto, ainda não está decidido se teria que cumprir o gancho já na edição de 2019/2020, cujos jogos das fases preliminares começarão no final deste mês, ou se apenas na temporada 2020/2021.