Mais objetivo, Neymar supera Messi e CR7 nas estatísticas do clássico

Brasileiro é mais efetivo nas finalizações e assistências, tem percentual melhor de passes corretos e conduz menos a bola do que o melhor do mundo na

Neymar comanda a festa do Barcelona após o primeiro gol: destaque entre os craques do clássico | reprodução/internet
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O começo foi difícil, desastroso até, com dois erros de passes e uma intromissão em conclusão do próprio time. Mas, aos poucos, Neymar foi se soltando para ser o astro mais brilhante na constelação de craques na vitória do Barcelona sobre o Real Madrid por 2 a 1, no Camp Nou, neste sábado, pela décima rodada do Campeonato Espanhol. De forma objetiva, ofuscou Messi e superou Cristiano Ronaldo, caindo de vez nas graças da torcida catalã.

Na comparação das estatísticas individuais com os dois melhores jogadores do mundo, os números do brasileiro mostram maior eficiência. Bale? Também estreante no "El Clásico", o jogador contratado por ? 100 milhões ao Tottenham Hotspur, negociação recorde, foi tão tímido na disputa que virou um mero figurante em campo, motivo de piada sem graça para os merengues.

De forma geral, participou bem mais da partida de forma ameaçadora ao adversário do que o argentino e o português. Além do gol, aos 18 minutos de partida, finalizou outras duas vezes com perigo: um pouco antes de balançar a rede, aos 17, e outra aos oito do segundo tempo, pegando de primeira um lançamento longo de Iniesta - o espanhol, por sinal, foi um dos melhores em campo, sendo responsável pela criação da maioria das jogadas de perigo dos catalães.

Messi concluiu também três jogadas, só que em nenhuma delas deu trabalho ao goleiro Diego López. Só uma delas foi digna de aparecer nos melhores momentos da partida, a que conseguiu aos 20, quando entrou na área pela direita e chutou cruzado. Mas o efeito da finalização foi torto, pela linha de fundo, sem a marca registrada do melhor do mundo. Cristiano Ronaldo, por sua vez, chegou a assustar Victor Valdes, mas apenas uma vez, numa bomba de dentro da área aos 12 da etapa final.

Além do gol e das finalizações mais perigosas, Neymar teve melhor percentual de acertos de passes: 82,1%, contra 79,6% de Messi e 81,2% de Cristiano Ronaldo. E, claro, a assistência que deu para o gol de Alexis Sánchez foi decisiva. O chileno fez um golaço graças a sua própria esperteza em perceber López adiantado e categoria para dar a cavadinha para encobrir o goleiro com precisão. Mas não conseguiria ficar em posição de finalizar se não fosse a rapidez de raciocínio do brasileiro ao dominar a bola no peito no meio de campo e lançar de primeira, no meio da zaga merengue.

Rapidez e clarividência também foram características de Cristiano Ronaldo na assistência para Jessé marcar o gol merengue aos 47, quando disparou pela esquerda e descobriu o atacante sozinho entrando do outro lado.

Além das finalizações e lances decisivos, Neymar também foi econômico nas conduções de bola, uma de suas características que é criticada. Das 38 vezes que recebeu a bola na partida, só tentou disparar em seis. Messi, por exemplo, teve 60 oportunidades de fazer alguma jogada, e tentou avançar em 16.

Neymar participou muito mais no primeiro. Mas, ainda assim, conseguiu uma finalização no segundo tempo, defendida por López, e deu duas assistências, a do golaço de Sánchez e numa rolada para trás dentro da área que resultou num chute perigoso de Iniesta. Enquanto isso, Messi apareceu mais para tabelinhas curtas, sem transformar qualquer uma em jogada perigosa. E Cristiano Ronaldo foi mais notado pelas reclamações de pênalti, ao cair na área depois da chegada de Mascherano na marcação e no reinício da partida após o segundo gol do Barça, e num drible por baixo das pernas que levou de Daniel Alves.

Para além das estatísticas e gráficos, a atuação de Neymar impressionou pela falta de inibição. Diferentemente de Bale, o brasileiro não se intimidou com a estreia no clássico e participou com personalidade na disputa pela bola.

Dois lances seguidos com Sergio Ramos na ponta esquerda, logo aos 14 minutos de partida, no meio de campo, parecem ter dado a confiança necessária para o camisa 11 do Barça se soltar. Depois de sofrer uma falta, logo na sequência deu um lençol que levou o espanhol a pará-lo com uma ombrada e ser punido com cartão amarelo. Com moral, chegou até a entrar na frente da bola para impedir uma cobrança de infração no campo de defesa catalão. Pediu, e o árbitro acatou: ordenou o reposicionamento do lance, mais para trás.

E foi assim, cheio de moral e cada vez mais querido, que Neymar deixou o campo de jogo, sob aplausos de pé da torcida catalã. Uma introdução e tanto num dos clássicos mais importantes do futebol mundial.

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