Mais forte no São Paulo, Ganso não perde contato com “gênio” Neymar

Meia adota tom “light” para falar do Santos, elogia recuperação física no novo clube e garante que vai voltar a mostrar personalidade forte em campo.

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As eleições terminaram no último domingo, e bem que podiam ter contado com Paulo Henrique Ganso, candidato a ídolo do São Paulo. A palavra "político" define bem o momento do meia. Nos bastidores, durante a negociação para sair do Santos, ele bateu o pé, foi firme ao escolher o Morumbi como destino e recusar sair da Vila Belmiro pela porta dos fundos, como queriam os dirigentes do seu ex-clube. Mas, no seu discurso, adotou a postura ?paz e amor?.

Os rancores com o tratamento recebido no Santos ficaram somente nas entrelinhas. Basta reparar nos trechos, cobertos de sutileza, em que afirma que merecia um tratamento melhor, ou que precisava ter parado por mais tempo para tratar suas lesões.

Mas, abertamente, sobram elogios: Rogério Ceni, Lucas, Ney Franco, Fabrício, Neymar, Kaká, Oscar, Mano Menezes, Muricy Ramalho... Ganso caminha para um mandato conciliador, mas não perde sua autoconfiança. Garante que está mais forte, confiante e seguro após horas e horas diárias de recuperação no Reffis. E em sua promessa de campanha, garante aos torcedores que o São Paulo não vai se arrepender de ter investido R$ 23,9 milhões (em parceria com o DIS, grupo de investidores que detém uma parte dos direitos econômicos do atleta) para contratá-lo.

- Estou voltando para jogar muita bola e conquistar muitos títulos, com a ajuda de vocês.

Na última semana, Ganso fez os primeiros trabalhos dentro de campo. A recuperação tem sido melhor do que os médicos esperavam e mais longa do que o jogador imaginava. A lesão no músculo reto femural da coxa esquerda já está cicatrizada, mas o São Paulo investe no equilíbrio muscular entre as pernas para evitar novos problemas com o meia, que aos 23 anos já acumula quatro cirurgias.

O histórico médico gera as maiores desconfianças em relação ao sucesso de Ganso no Tricolor. Mas também há quem pense que aquele jogador, que na final do Campeonato Paulista de 2010 se recusou a sair de campo quando o técnico Dorival Júnior tentou substituí-lo contra o Santo André, não existe mais. O camisa 8 jura que não perdeu a personalidade forte e só precisa de sequência de jogos para provar isso.

- Isso está sempre presente comigo. Tive momentos difíceis de lesões aqui e ali, sem continuidade em campo. Mas agora estou me preparando bem para não sentir mais nada e ter sempre essa personalidade forte.

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