A vitória de Thiago Braz na prova de salto com vara na última segunda-feira (15) deu muito o que falar. Não apenas pelos 6,03m saltados batendo o recorde olímpico e ganhando a medalha de ouro. Um detalhe paralelo que recebeu grande atenção foi a reação do grande favorito da prova, o francês Renaud Lavillenie, campeão nos Jogos de Londres, que ficou com a medalha de prata no Rio.
Inconformado com a perda do primeiro lugar no pódio, Lavillenie fez declarações polêmicas. Para uma TV francesa, chamou o público de “merda” e chegou a se comparar ao atleta negro Jesse Owens, muito vaiado na final dos 100 m rasos na Olimpíada de 1936, em Berlim, na Alemanha, país comandado na época por Hitler.
Para piorar, em uma matéria publicada no Le Monde, o mais importante jornal da França, o autor do texto acrescentou à fala de Philippe d’Encausse, técnico do atleta, a frase sobre “forças místicas, talvez as do candomblé“, para explicar a conquista brasileira no salto com vara. O jornalista depois admitiu que a frase foi inventada por ele próprio, mas o estrago já estava feito.
Com estes fatos, a internet foi à loucura e o francês foi alvo de centenas de críticas que renderam inclusive muitos memes satirizando a situação.
Na cerimônia de entrega das medalhas, que só aconteceu na noite desta terça-feira (16), enquanto Thiago era ovacionado pelo público, Lavillenie chorava em frente às câmeras pelas vaias constantes. Thiago interviu pedindo para que o público parasse, mas sem sucesso.
Depois da cerimônia, o COI divulgou uma foto em que Thiago Braz consola o francês. Ao lado deles está o ucraniano Sergei Bubka, o maior atleta de salto com vara da história, seis vezes campeão do mundo, ouro em Seul-88 e que bateu 35 vezes o recorde mundial.