O esquema de venda ilegal de ingressos descoberto na Copa do Mundo de 2014 tem uma nova faceta na Olimpíada de 2016. Uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro aponta que, mais uma vez, uma quadrilha foi articulada em busca de lucros com a comercialização irregular de tíquetes de megaeventos esportivos realizados no Brasil. O Comitê Organizador Rio-2016 informou que colabora com a investigação.
Essa quadrilha, assim como aconteceu na Copa do Mundo, tem acesso privilegiado a entradas para grandes eventos dos Jogos do Rio ou vendidas dentro de pacote de hospitalidade (em lugares reservados e com serviços inclusos). Após obterem esses bilhetes, integrantes do esquema os revendem a pessoas ou empresas cobrando por eles valor acima do original, o que configura o crime de cambismo.
Segundo denúncia do MP, cambistas de diferentes cidades e até países atuaram no esquema de venda de ingressos no Mundial. Na Olimpíada, a configuração da quadrilha é semelhante. Ela, contudo, é maior. A participação de presos na Copa no novo esquema de cambismo não está confirmada.
Oficialmente, no caso da Rio-2016, a Polícia Civil do Rio de Janeiro não dá mais detalhes sobre o andamento das investigações sobre a quadrilha. Confirma só que o cambismo durante a Olimpíada está sendo apurado.
O Comitê Organizador Rio-2016 informou que está ciente da investigação sobre a quadrilha de cambistas de ingressos da Olimpíada. Adicionou que colabora com o trabalho da polícia. O comitê acrescentou que montou um esquema de segurança para venda de tíquetes olímpicos visando a minimizar a revenda ilegal. As entradas são numeradas. Tíquetes vendidos irregularmente podem ser cancelados pelo Comitê Organizador caso seja constada a ilegalidade.
Ele informou que existem duas formas de comprar ingressos da Olimpíada de forma garantida: tíquetes comuns devem ser adquiridos pelo site do comitê ou bilheterias oficiais e ingressos de pacotes de hospitalidade são vendidos exclusivamente por uma empresa de viagens.