O futuro do meio-campista Paulo Henrique Ganso no Santos continua cada vez mais incerto. Apesar dele jogar normalmente, o presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro disse que a situação "já encheu o saco" e criticou a conduta do atleta em relação à venda de 10% dos direitos pertencentes ao próprio Ganso.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente do Santos desmentiu Ganso, que teria dito que ofereceu a porcentagem dos direitos dele para o próprio clube no final do ano passado. Os direitos federativos do jogador hoje estão divididos em 45% para o time alvinegro e os outros 55% nas maãos da empresa DIS.
Os 10% que pertenciam ao jogador foram vendidos para a empresa em dezembro do ano passado. Luis Alvaro disse que Ganso nunca ofereceu a parte dele ao clube e que já está de "saco cheio" de declarações polêmicas na véspera de jogos importantes.
"Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Não é a primeira vez que ele faz isso. No Mundial (de Clubes, no ano passado), ele disse que nós não quisemos comprar os direitos e por isso ele vendeu a um parceiro. Isso nunca existiu. Pois nem sequer nos ofereceram. São varias declarações desse tipo em véspera de jogo importante. Enfim, já encheu o saco", disparou.
Apesar de todas as polêmicas, o jogador foi escalado normalmente pelo técnico Muricy Ramalho para o clássico diante do Palmeiras neste sábado. O próprio comandante já se mostrou incomodando com a situação, chegando a pedir uma rápida definição do imbróglio envolvendo Santos e Ganso.
De camisa 10 ideal a meia contestado
Ganso, revelado nas categorias de base do Santos, começou no clube em 2008, junto a Neymar, a maior estrela do time na atualidade.
Desde que chegou ao time profissional, a carreira de Ganso se revezou em sobes e desces. Nos primeiros anos, o jogador conquistou críticos e torcedores não apenas por ser uma das maiores promessas do futebol do Brasil, mas por ter surgido como protótipo do camisa 10 criativo e pensador, em falta nos últimos anos.
A trajetória de Ganso - que parecia traçar uma ascensão meteórica rumo ao estrelato nos principais gramados do mundo - teve, porém, um baque grande em 2010. No meio daquela temporada, o jogador sofreu grave lesão no ligamento cruzado de seu joelho.
A lesão deixou Ganso fora dos gramados por seis meses e comprometeu a sequência da carreira no Santos do jogador, que não conseguiu manter o nível de seu futebol e perdeu prestígio com a torcida.
A volta ao clube veio durante a Copa Libertadores de 2011, mas nem a conquista do título continental fez com que o meia retornasse a seus melhores dias no Santos. À sombra de Neymar, que se consolidava como grande ídolo e craque do Brasil, Ganso perdeu espaço na mídia e também na Seleção Brasileira. De camisa 10 incontestável, o jogador passou a opção para o meio-campo.
No time olímpico de Mano Menezes, que ficou com a prata na Olimpíada de Londres, o meia Oscar, do Internacional, vestiu a camisa 10 da equipe, a qual, há poucos anos, era reservada para o jogador santista.