Do Brasil, a única possibilidade levada a sério foi a do Mineirão, mas que também não conta com o entusiasmo nem da CBF e nem da própria Conmebol. A avaliação consensual entre as duas entidades é que o Brasil não é o melhor cenário para uma partida entre Boca Juniors e River Plate, especialmente uma partida que não será na Argentina por questões de segurança.
Este é o último ano em que a Libertadores é decidida em duas partidas, uma na casa de cada finalista. O jogo de ida em La Bombonera, estádio do Boca Juniors, terminou empatado em 2 a 2. A partida de volta deveria ter sido realizada no último sábado no Monumental de Núñez, casa do River, mas foi suspensa por causa de ataques ao ônibus que levava os jogadores do Boca ao estádio.
A Conmebol se viu diante de um quebra-cabeças complicado. Organizar um novo jogo no Monumental seria premiar a violência das “barras bravas” do River, de resto um clube já beneficiado por decisões do Tribunal de Disciplina da entidade ao longo de 2018 — como os casos de Gallardo contra o Grêmio e do jogador Bruno Zuculini, que atuou irregularmente em algumas partidas.
Por outro lado, dar o título ao Boca sem a realização do segundo jogo (como pede o Boca no Tribunal de Disciplina) seria decidir o campeonato mais importante do continente com uma canetada, algo que dirigentes sempre tentam evitar — especialmente esta gestão da Conmebol, que tenta recuperar a imagem da instituição após os escândalos de corrupção que mandaram para a prisão seus três últimos presidentes.
A primeira solução encontrada foi tirar o jogo da Argentina. É grande a irritação na Conmebol com políticos e cartolas do país, incapazes de organizar um esquema de segurança eficiente para o clássico entre Boca e River.
De todas as ofertas que chegaram à Confederação, a que mais agrada é a do Catar, que por meio de sua companhia aérea já patrocina a Conmebol, a Libertadores e expõe sua marca na camisa do Boca.
O país do Oriente Médio, sede da próxima Copa do Mundo, se oferece para pagar todos os custos de organizar uma partida em Doha, reembolsar os torcedores do River que tinham ingresso para o jogo que não acontecerá em Buenos Aires e ainda se dispõe a pagar uma premiação aos clubes.