Kleina não resiste à pressão e acaba demitido no Palmeiras

Com voz chateada e quase embargada, Brunoro confirmou a demissão

Kleina assumiu o Palmeiras em setembro de 2012 | Ricardo Matsukawa / Terra
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O Palmeiras anunciou a saída do técnico Gilson Kleina. Após a derrota para o Sampaio Corrêa por 2 a 1, pela ida da segunda fase da Copa do Brasil, o presidente Paulo Nobre, o diretor executivo José Carlos Brunoro e o gerente de futebol Omar Feitosa se reuniu com o treinador na tarde desta quinta-feira e o demitiu.

Kleina, 46 anos, estava no clube alviverde desde setembro de 2012, e obteve no total 56 vitórias, 20 empates e 29 derrotas, com aproveitamento de 59,68%. Com voz chateada e quase embargada, Brunoro confirmou a demissão: "fizemos a reunião hoje. Estou muito chateado com a saída do Kleina, gostava muito dele, e hoje não é dia para definir nada. Ainda não temos nome".

Em novembro do ano passado, após a diretoria admitir que faltou dinheiro para contratar o argentino Marcelo Bielsa e que analisou outros seis técnicos, Kleina negociou a renovação por semanas. Chegou a dizer que não ficaria até ser convencido a se tornar o primeiro a aceitar o modelo de produtividade, com salário fixo menor do que o que recebia e promessa de prêmio maior por objetivos atingidos.

Então campeão da Série B, principal meta traçada por Nobre para 2013, Kleina assinou contrato até dezembro deste ano na esperança de ter um time competitivo. Foi demitido exatamente após não ter reposição das negociações de Henrique e Alan Kardec e sofrer para encontrar substitutos de qualidade por conta de problemas físicos de Fernando Prass, Valdivia e Bruno César.

Nobre nunca teve convicção na qualidade de Kleina. Antes de assumir a presidência, em janeiro do ano passado, perguntou aos pares políticos se seria correto já chegar demitindo Kleina. Foi convencido a mudar de ideia, assim como olhou o pagamento de dívidas e multa contratual e a falta de opções no mercado para não dispensá-lo após a derrota por 6 a 2 para o Mirassol e criticá-lo publicamente pela eliminação na Copa do Brasil de 2013.

Agora, o mandatário precisou abrir mão da política de contenção de gastos. No acordo estabelecido na renovação de Kleina, ficou estabelecido o pagamento de três salários no caso de rescisão contratual, o que gera um valor próximo dos R$ 900 mil. Mas Nobre não pôde mais segurar a pressão sem ter total confiança no treinador.

O fim da passagem do técnico ocorreu em uma clara decadência do desempenho do time após a eliminação na semifinal do Campeonato Paulista, perdendo para o Ituano em Pacaembu lotado. De nada adiantaram os 18 dias que separaram o jogo seguinte, contra o Vilhena, pela Copa do Brasil, da estreia no Campeonato Brasileiro.

O time venceu o Criciúma de virada, em Santa Catarina, mas teve fraca atuação. Jogou ainda pior nas derrotas para o Fluminense e o Flamengo, ambas válidas pelo Brasileiro, e teve desempenho sofrível ao perder do Sampaio Corrêa.

O jogo no Maranhão foi o fim de uma passagem na qual a Série B, tida como obrigação, foi o único trunfo. Kleina falhou na primeira missão que recebeu ao sair da Ponte Preta e ser contratado pelo então presidente Arnaldo Tirone: caiu com o Palmeiras no Brasileiro. Com exceção do título na segunda divisão, falhou em todos os momentos decisivos, sendo eliminado prematuramente nos dois Paulistas que disputou e na Copa Libertadores e na Copa do Brasil de 2013.

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