A Justiça da Espanha indicia o Barcelona pela contratação de Neymar. Nesta quarta-feira, promotores haviam enviado o caso ao juiz Pablo Ruz, fazendo o pedido de indiciamento por causa de uma suposta fraude de 9,1 milhões de euros (R$ 28,1 milhões) em impostos não pagos. Nesta quinta-feira, Pablo Ruz anunciou que acatou o pedido, indiciou o clube e abriu investigações.
"Existem indícios suficientes para a investigação sobre um possível delito contra a Fazenda Pública por parte da entidade Futbol Club Barcelona", destacou o juiz em decisão. O Barcelona nega que tenha cometido rime, mas promete colaborar com a Justiça da Espanha.
No total, a ação alerta que contratos que chegariam a 37,9 milhões de euros (R$ 105,2 milhões) jamais foram apresentados às autoridades, o que implicaria em uma suposta evasão fiscal milionária. Para os fiscais da Fazenda, existe uma série de "contratos simulados" graças a uma "engenharia financeira" para burlar a receita.
Sete dos documentos citados estão assinados por Josep Maria Bartomeu, o atual presidente do Barcelona. Se o juiz condenar o clube de Neymar e Messi, o Barcelona terá de regularizar sua situação imediatamnete, pagando os impostos. Mas também terá de responder criminalmente.
Para o promotor José Perals, o Barcelona teria de pagar 24,7% do valor dos contratos que até agora estavam sendo mantidos em sigilo. Ou seja, 9,1 milhões de euros (R$ 28,1 milhões).
NEYMAR
Mas o caso também promete afetar Neymar. Isso porque os fiscais querem que o juiz determine se o jogador brasileiro também deveria ser cobrado por impostos desde 2013, mesmo não sendo residente na Espanha. O pedido é para que se avalie se Neymar fraudou o fisco espanhol. Se seu contrato e pagamento já existia antes de sua transferência em 2013, ele teria de ter contribuído também com o Fisco espanhol.
Os fiscais ainda pedem que o pai de Neymar entregue toda a documentação existente sobre a criação e as atividades de sua empresa, a N&N. A Justiça também quer todas as declarações tributárias da companhia e de Neymar desde 2011. "Constam até nove contratos diferentes por diversas causas em que se estabelece um abono de quantidades elevadas a sociedades que giram em torno da órbita do jogador, já que todas intervêm em sua representação", declarou a procuradoria, em citação indireta ao pai de Neymar.
ROSELL
Lançado há poucos meses, o caso derrubou Sandro Rosell da presidência do Barcelona e abriu uma disputa judicial também no Brasil envolvendo o Santos e empresários ligados ao jogador. Depois de anunciar que o jogador havia custado cerca de 57 milhões de euros, o Barcelona acabou admitindo que o valor real do craque passava de 83 milhões de euros em contratos mantidos em sigilo.