O ex-meia Piá vai deixar Centro de Detenção Provisória de Hortolândia ainda nesta semana. No início da noite desta segunda-feira, a Justiça concedeu o habeas corpus para libertar o ex-jogador de Ponte Preta, Corinthians e Santos. A decisão também vale para a esposa dele, Pablin Jéssica Gomes, de 25 anos, que está presa na cadeia feminina da cidade de Paulínia. Ambos vão responder em liberdade por tentativa de furto qualificado.
Piá, foi preso na madrugada do dia 23 de janeiro, em Campinas, por suspeita de ter envolvimento em assaltos a caixas eletrônicos. Naquela ocasião, a Polícia Militar encontrou no carro dele objetos usados para "pescar" envelopes. Junto com ele estavam mais duas mulheres, sendo uma delas sua esposa. A outra mulher, Rosângela Scagliarini, foi ouvida e liberada após alegar que estava somente como carona. Piá já tinha ficha por porte de drogas e de arma e por falta de pagamento de pensão.
A PM suspeitou quando avistou um veículo parado em frente a uma agência bancária na Rua Bento de Arruda Camargo, no Jardim Santana. Chamou a atenção da viatura o fato de Piá falar ao celular. Na abordagem, Piá tentou contornar a situação ao se apresentar como ex-jogador de futebol e dizer que, após tirar dinheiro, estava à espera da mulher e de mais uma amiga concluírem o saque. A PM, então, pediu o comprovante. Com a negativa do ex-jogador, resolveu revistar o carro.
No veículo, os policiais acharam uma bolsa com 12 lâminas de alumínio, conhecias como "pescadores" e são colocadas para reter envelopes de depósito, além de outros equipamentos, como chave de fenda, alicate e fitas adesivas, que seriam utilizados para roubar dinheiro. A PM também apreendeu dois chupa-cabras já instalados em terminais para clonar cartões. Pablin ainda tentou assumir a culpa, para livrar Piá, mas não conseguiu evitar a prisão dele.
Não é a primeira vez que Piá tem o nome envolvido em um caso policial. A primeira aconteceu em julho de 1999, quando ele, então atleta da Ponte Preta, foi indiciado como coautor do assassinato de um mecânico, em uma lanchonete de Limeira. A acusação era que Piá foi o responsável por dar a ordem para um primo pegar o revólver em seu carro e atirar na vítima. No julgamento, ele acabou absolvido.
Aos 40 anos, Piá parou de jogar em 2011, pelo Aparecidense-GO. O último trabalho foi pelo União São João de Araras, ano passado, como auxiliar técnico. O auge da carreira foi entre 1999 e 2003, quando fez parte dos times da Ponte que atingiram as semifinais do Paulistão e também da Copa do Brasil e as quartas do Brasileirão.
Além de Macaca, Corinthians e Santos, defendeu, entre outros clubes, Portuguesa, Santa Cruz, Coritiba, Inter de Limeira, Bragantino, São Raimundo, Rio Preto e Independente de Limeira.