No filme ?Um Príncipe em Nova York?, clássico de Hollywood dos anos 80, o ator Eddie Murphy interpreta o herdeiro do trono de um fictício país da África que decide dar um tempo na vida de luxo e ser um cidadão comum na ?capital do mundo?. Juninho Pernambucano não é astro de cinema, mas passa por uma situação que, em analogia, é semelhante. No fim do ano passado ele deixou de lado a condição de ídolo do Vasco para ser mais um a caminhar pelas ruas de Manhattan. Aos 38 anos, encarou o desafio de fazer parte de um esporte que ainda busca seu espaço junto ao público dos Estados Unidos, defendendo o New York RB. Uma opção que, além da questão profissional, foi motivada pela qualidade de vida.
Em pouco mais de dois meses, Juninho sentiu o que é ser mais um morador de Nova York. Sem o assédio do público, é pouco reconhecido nas ruas e caminha quase que anônimo ao lado da mulher Renata e das filhas Giovanna, Maria Clara e Rafaela. Em seu clube, apesar da condição de astro, não conta com o mesmo status salarial do atacante francês Thierry Henry e do meia australiano Tim Cahill. Mas para ele, após 20 anos de dedicação quase que exclusiva ao trabalho, aquela que pode ser sua última temporada como jogador profissional é também o momento de dividir a obrigação com a diversão.