Dois árbitros de boxe das Olimpíadas de Paris foram afastados por suspeita de corrupção. Conforme o jornal britânico The Times, os oficiais, oriundos do Cazaquistão, supervisionaram mais de cinquenta lutas durante os Jogos e foram excluídos do quadro de arbitragem antes da conclusão das competições.
Um dos juízes envolvidos, Yermek Suiyenish, foi responsável pela luta da brasileira Bia Ferreira na semifinal. Na ocasião, a medalhista de bronze foi derrotada pela irlandesa Kellie Harrington e não avançou para a final.
"ALTO RISCO" DE CORRUPÇÃO
Conforme a imprensa britânica, Alisher Altayev e Yermek Suiyenish foram afastados no dia 4 de agosto após arbitrarem 25 e 21 lutas, respectivamente. Um relatório anterior aos Jogos indicava que Altayev tinha um "alto risco" de corrupção e Suiyenish um "risco médio". Apesar de o documento ter sido enviado ao COI antes da competição, os juízes continuaram a supervisionar várias lutas.
Além de Altayev e Suiyenish, investigações sugerem que mais nove juízes de boxe podem estar envolvidos em atos de corrupção nas Olimpíadas. O COI e a Federação Internacional de Boxe ainda não se pronunciaram sobre o caso, e mais detalhes não foram divulgados.
ÁRBITRO DA LUTA DE BIA FERREIRA
Suiyenish foi o árbitro da luta entre Beatriz Ferreira e a irlandesa Kellie Harrington, que se tornou bicampeã olímpica em Paris. Na categoria até 60 kg, Bia perdeu a chance de disputar a final ao ser derrotada por Kellie. Apesar disso, a brasileira já havia garantido o terceiro lugar por ser semifinalista e acabou conquistando a medalha de bronze.
REPERCUSSÃO NA ITÁLIA
A exclusão dos juízes também causou repercussão na Itália. Segundo o jornal Corriere della Sera, Altayev arbitraram a luta em que a italiana Irma Testa, medalhista de bronze em Tóquio, perdeu para a chinesa Xu Zichun na fase preliminar. Após o combate, a atleta chegou a contestar o julgamento da arbitragem.