Jovem acusada de racismo chora e pede desculpas ao goleiro Aranha

Nesta sexta-feira, em meio a lágrimas, a jovem de 23 anos afirmou que não se considera racista e pediu desculpas pela participação no caso.

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Oito dias após simbolizar os atos ofensivos de torcedores do Grêmio contra o goleiro Aranha, do Santos, Patrícia Moreira se pronunciou sobre o caso em uma entrevista coletiva em Porto Alegre.

Nesta sexta-feira, em meio a lágrimas, a jovem de 23 anos afirmou que não se considera racista e pediu desculpas pela participação no caso. "Boa tarde. Eu queria muito pedir desculpas ao goleiro Aranha. Desculpas mesmo", afirmou. "Perdão, de coração. Eu não sou racista. Perdão, perdão", acrescentou a jovem gaúcha. O advogado de Patrícia acrescentou que a jovem deseja pedir desculpas pessoalmente ao jogador do Santos. "Ela deseja muito esse encontro. Ela disse que iria proferir isso. Ela quer esse encontro com o Aranha", declarou Alexandre Rossato.

No depoimento desta sexta-feira, Patrícia Moreira também se dirigiu ao Grêmio e seus torcedores, pedindo desculpas por expor o clube no episódio. "Peço desculpas ao Grêmio, à nação gremista. Eu não queria prejudicar", prosseguiu a torcedora, em seu depoimento. "A palavra de macaco não foi racismo, foi no calor do jogo, estávamos perdendo. Eu largava tudo para ir no jogo do Grêmio, é a minha paixão", emendou. Patrícia não respondeu perguntas dos jornalistas, só fez concedeu um breve depoimento, seguido da palavra de seu advogado. Rossato afirmou que a jovem vem sofrendo bastante, com ameaças e mudança de residência para preservação da integridade. "Ela já foi julgada, socialmente, independentemente do inquérito. Ela já está julgada", manifestou Rossato.

Na última quinta-feira, Patrícia prestou depoimento à 4ª Delegacia da Polícia Civil e confirmou que chamou o goleiro do Santos de "macaco". No entanto, a jovem argumentou que apenas foi no embalo de outros torcedores do Grêmio que acompanhavam a partida no mesmo setor. Segundo o comissário Lindomar Souza, Patrícia afirmou que existem hinos e cantos da torcida gremista que usam o mesmo termo. As ofensas racistas ao goleiro Aranha foram registradas no último dia 28 de agosto, durante a vitória do Santos por 2 a 0 sobre o Grêmio em Porto Alegre, pela Copa do Brasil. Em campo, o atleta chegou a alertar a arbitragem de Wilson Pereira Sampaio, mas que não tomou providências imediatas. As imagens da transmissão de TV acabaram flagrando ofensas vindas de Patrícia Moreira e de outros torcedores. Ao todo dez pessoas já foram ouvidas no caso. Nesta sexta-feira a Polícia Civil do Rio Grande do Sul manifestou que já tem condições de indiciar os torcedores gremistas por injúria racial. "Já temos condições de indiciar alguns deles. Temos elementos suficientes para isso na investigação", declarou o comissário Lindomar Souza. Os suspeitos do caso responderão processo e, se considerados culpados em julgamento, podem enfrentar pena de 1 a 3 anos de detenção - porém, com possibilidade de pagamento de fiança.


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