A estrela norte-americana do UFC Jon Jones (22-1) voltou à ativa com vitória sobre o compatriota Ovince Saint Preux (19-8), na madrugada deste domingo (24), e conquistou o título interino dos meio-pesados. Em Las Vegas (EUA), "Bones" levou a melhor por decisão unânime dos árbitros (50-44, 50-45 e 50-45).
Ainda no octógono, Jones recusou o cinturão interino. "Eu não quero esse cinturão, quero o meu de verdade", disse, referindo-se ao título linear, atualmente nas mãos de Daniel Cormier.
"Fisicamente me sinto muito bem, teria mais dois rounds pela frente", prosseguiu na avaliação o campeão mais novo da história do UFC. "Demorou um pouco para que eu conseguisse me encontrar [na luta]. Desculpa se vocês não se empolgaram", lamentou, direcionando-se ao público. "Eu dei meu máximo, mas mentalmente eu pensava: 'nossa, estou lutando mal".
"Quero muito lutar contra Daniel Cormier de novo, e vou voltar aos treinos o quanto antes", completou o vencedor.
Antes do duelo deste domingo, o último de Jones havia sido em janeiro de 2015 – na sequência, o lutador teve problemas com a Justiça, foi detido duas vezes pela polícia norte-americana, declarou enfrentar vício em drogas e foi afastado do Ultimate, tendo seu título retirado por Dana White mesmo sem perder no octógono.
O retorno de "Bones" seria justamente contra o atual campeão linear, Daniel Cormier, seu maior rival. O adversário, no entanto, se lesionou durante a preparação para o combate, e a oportunidade caiu no colo da Ovince St. Preux. O atleta encarou o desafio, acelerou os treinamentos em três semanas, mas não teve chance.
A luta
Jones começou o duelo medindo distância e usando sua envergadura superior, como de costume. Mas sem muita agressividade. Foi dominante no primeiro round, mas também permitiu a Ovince que conectasse golpes interessantes.
"Bones" aumentou o ritmo no segundo assalto. Foi quando, pela primeira vez, pressionou o rival contra a grade, e por lá encaixou cotovelada de baixo para cima. A pressão a St. Preux durou pouco. O azarão absorveu os golpes e seguiu em pé. Nos instantes finais do período, Jones acertou chute rodado alto no oponente.
"Você está fazendo um trabalho fantástico, vamos lá", dizia o córner de Jon Jones a essa altura. O norte-americano não estava na mesma forma que o mundo do MMA se acostumou a ver, mas tinha vantagem no duelo.
Ovince St. Preux, talvez por causa do pouco tempo de preparação para o duelo – ele foi escolhido como "tampão" e teve apenas três semanas de treinamento –, apresentou cansaço a partir do terceiro round. Jones seguiu no controle, agora adicionando ao leque de golpes uma variação de fortes caneladas altas.
No quarto assalto, depois de duas quedas, castigou o rival no ground and pound. Ovince estava entregue, e só se esforçou para não ser finalizado e nem nocauteado. E o quinto seguiu o mesmo desenho, o que garantiu a vitória a Jones.
Jones até quebrou protocolo antes de subir no octógono, neste domingo. No caminho do vestiário para a arena, passou na arquibancada para dar um abraço em seus irmãos, que, segundo ele, deram-lhe apoio neste momento delicado.
Demetrious Johnson vence e ameaça recorde de Spider
Dono do título peso mosca do UFC, o norte-americano Demetrious Johnson defendeu pela oitava vez o seu cinturão neste domingo (24), ao vencer o campeão olímpico e especialista em luta agarrada Henry Cejudo. Ele é o campeão mais dominante de uma categoria do Ultimate atualmente.
Anderson Silva defendeu 10 vezes o cinturão peso médio antes de perdê-lo para Chris Weidman -- o Spider ainda é o recordista neste quesito.
No duelo, apesar de no início Cejudo ter conseguido levar Johnson ao chão, o dono do posto mais alto da divisão se mostrou superior. Em sequência que começou com direto limpo de direita, nocauteou o adversário aos 2m49s do primeiro round.
Também no card principal
- Peso leve: Edson Barboza venceu Anthony Pettis por decisão unânime
- Peso médio: Robert Whittaker venceu Rafael "Sapo" Natal por decisão unânime
- Peso pena: Yair Rodríguez nocauteou Andre Fili